Brasil Educação educação

'Não queremos fazer retorno às aulas a qualquer preço', diz ministro da Educação

Milton Ribeiro afirmou ainda, no Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (Cbesp), que 'aula presencial é insubstituível, mas volta terá que ser feita com cuidado'
O ministro da Educação, Milton Ribeiro Foto: Reprodução
O ministro da Educação, Milton Ribeiro Foto: Reprodução

RIO - O ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirmou que a aula presencial é insubstituível, mas que não irá comandar um retorno às aulas dos estudantes brasileiros "a qualquer preço". A declaração foi dada nesta quinta-feira, durante pronunciamento de Ribeiro na sessão solene de abertura do XIII Congresso Brasileiro da Educação Superior Particular (Cbesp).

Leia também : Edital do Enem em elaboração prevê prova em novembro deste ano e proibição de 'treineiros

— A vacinação já começou a atender os profissionais da educação. Primeiro, os da educação básica e, agora, estão começando a vacinar os profissionais de ensino superior para que o retorno possa acontecer — afirmou Ribeiro.

O MEC tem sido criticado por não ter elaborado um plano claro nacional para o retorno às aulas. No evento, no entanto, o ministro destacou que o MEC tem "estudado os  principais riscos decorrentes da suspensão das atividades presenciais". Ele seguiu:

— Apoiamos totalmente e radicalmente o retorno com segurança. (Mas) não queremos retorno a qualquer preço.  É muito importante o retorno com cuidados devidos até termos total domínio dessa enfermidade.

Redução : Escolas federais, como institutos e Pedro II, sofrem corte de 20% no orçamento, e verba só dá até setembro

Ainda sobre o retorno das aulas presenciais, o titular da pasta demonstrou "preocupação" com o uso, pelo Plano Nacional de Imunização (P.N.I.), sob a coordenação do Ministério da Saúde, do que parece ser a vacina CoronaVac, do Instituto Butantan:

— Fiquei preocupado com algumas noticias que recebi hoje de vacina que não tem cobertura suficiente e que atingiu a maior parte da população brasileira. São informações, às vezes contraditórias, mas que nos preocupam.

No último fim de semana, estudo sobre a CoronaVac com 17 mil pessoas confirmou a efetividade da vacina em idosos, mas reforçando a importância de se manter uso de máscaras e distanciamento após a imunização.

Relatório: Com mudanças nos cargos, Enem corre mais risco de atrasos

O estudo, financiado pelo braço da Organização Mundial da Saúde (OMS) na América Latina, mostrou que, apesar de o desempenho cair de 50,7% para 41,6% em maiores de 70 anos, a orientação oficial é a de seguir a campanha com o imunizante reforçando a importância de uma segunda dose

Milton Ribeiro trambém tratou do processo de avaliação das instituições de ensino superior. Segundo o ministro, por conta da pandemia, elas seguirão sendo feitas de modo virtual, por videoconferência.

— (A avaliação virtual) tem respondido de maneira eficaz às demandas do setor. O objetivo é fazer, só em junho, 600 avaliações. Já fizemos 186 visitas virtuais. Se não fosse isso, teríamos 186 instituições em atraso. Nesta semana, estão acontecendo 37 avaliações. A nossa meta é a realização de 5 mil visitas virtuais até o final de outubro.

O Inep é responsável por uma avaliação externa in loco de cursos das instituições de educação superior, como prevê a Lei do Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes).

Essas visitas servem para reunir informações a respeito da qualidade do ensino superior ofertado no Brasil e fazem parte do processo de credenciamento ou recredenciamento, conforme decisão do Ministério da Educação (MEC). Neste ano, por conta da pandemia, elas passaram a ser feitas de forma virtual.