Na comunicação com famílias, escolas precisam traduzir o ensino híbrido - PORVIR
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Inovações em Educação

Na comunicação com famílias, escolas precisam traduzir o ensino híbrido

Explicação aos pais sobre nova forma de ensino e aprendizagem precisa incluir motivos e objetivos da utilização dos recursos digitais dentro e fora da sala de aula. Treinamento sobre plataformas facilita o uso em casa

Parceria com Conexia

por Fernanda Nogueira ilustração relógio 21 de setembro de 2021

A melhor forma que a escola tem para comunicar às famílias o que é e como funciona o ensino híbrido é valorizar a clareza. Seja em reuniões presenciais, online, por plataformas ou por aplicativos, é preciso informar o motivo de trabalhar com esta nova forma de educação e quais são os objetivos. A educação híbrida mescla diferentes formas de ensino e aprendizagem, combinando recursos em aulas presenciais, online e em plataformas digitais.

Segundo Sheldon Assis, gerente de relacionamento da Conexia Educação, a escola deve evitar uma linguagem muito pedagógica nessa comunicação. “Às vezes a escola esquece que o pai não é educador, não é pedagogo. Quanto menos ‘pedagogês’, melhor. As instruções têm de ser claras sobre o que é ensino híbrido e como serão as atividades, para que ele entenda a mensagem e consiga executar as ações propostas”, afirma.

Para que os pais saibam como acompanhar a aprendizagem dos filhos, a escola deve falar sobre a importância da rotina de estudos em casa, de acordo com Sheldon. “Quanto mais jovem é a criança, mais importante é o acompanhamento. Precisa ter horários para revisar as tarefas, acompanhar os estudos desse estudante.” As plataformas digitais podem facilitar o trabalho, com tutoriais e vídeos.


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Essa comunicação clara ajuda a escola a lidar com a pressão que alguns responsáveis podem fazer em relação a mudanças no processo de ensino e aprendizagem, por estarem acostumados com o ensino tradicional, baseado em aulas expositivas.

“A escola precisa ter firmeza no que propõe, confiança no trabalho que desenvolve, no seu corpo docente e em seus coordenadores. Tem de explicar o método, por que é mais adequado, por que o tradicional não funciona neste momento”, diz Sheldon.

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Com 1.050 alunos da educação infantil ao ensino fundamental, o Colégio Criativo, em Florianópolis (SC), teve uma boa aceitação das famílias ao ensino híbrido, segundo a diretora geral Lélia Gamba.

A escola adotou o uso de plataformas digitais durante o distanciamento social imposto pela pandemia da Covid-19. Agora, com o retorno às aulas presenciais, mantém o uso dentro e fora da escola. “Antes, por mais que a escola participasse de discussões e de palestras, não entendia direito o que era o ensino híbrido. Com a pandemia, entendemos, começamos a trabalhar e a ver como uma forma de ganho para o aprendizado”, conta.

O primeiro passo, de acordo com Lélia, foi explicar às famílias como funcionava a plataforma digital, por que o uso era importante para os alunos e como ela veio para ficar.

“No primeiro momento, tivemos que fazer com que as famílias se apropriassem do assunto, porque não tinham consciência do que era. Fizemos reuniões, lives, gravamos vídeos para que vissem no tempo delas. Quisemos provocar a reflexão principalmente sobre a importância da tecnologia na vida do estudante”, afirma a diretora geral.

O colégio respondeu perguntas como: “a escola mudou?”, “por quê?”, “meu filho vai dar conta?” Debateu, ainda, como o ensino híbrido funciona em outros países e quais os resultados. “Explicamos que era hora de dar este salto. Fomos conquistando os pais com muita transparência, mostrando as plataformas.”

No início da pandemia, o receio dos responsáveis era sobre como dividir dispositivos móveis e computadores com os filhos, ao mesmo tempo que tinham de trabalhar em casa. “Todos deram um jeito porque entenderam o momento importante para o estudante”, diz Lélia.

Outro ponto explicado às famílias foi a possibilidade de personalização do ensino. “Ele faz no tempo dele. A escola não tinha essa noção, agora entendemos como fazer. Mesmo assim, ainda existe a preferência do aluno pelo presencial. Eles sentem falta da escola, querem olhar para o professor. Agora estão matando a saudade.”

Os alunos do ensino fundamental usam a plataforma em casa para trabalhar o pensamento computacional. As crianças do ensino infantil fazem atividades ligadas à matemática com a família. A escola sugeriu um dia da semana e horário para esta tarefa no contraturno, mas cada um pode escolher o melhor momento para isso.

“Queremos avançar com mais práticas pedagógicas no ano que vem. O híbrido envolve muito mais que o uso do computador. Explicamos que é aprender fora da sala, no tempo dele, sendo protagonista, buscando seu processo de aprendizado”, diz Lélia.

O uso das plataformas para estas atividades no ambiente digital foi combinado com as famílias no final do ano passado. “No começo do ano, o pai já sabia que o filho ia ter aquela rotina de estudo na plataforma. É diferente de começar o ano e avisar de repente. Mexe na estrutura da família. Conversando com antecedência, os pais apoiam.”

A escola mantém treinamentos presenciais e remotos sobre as plataformas para os pais. “Ensinamos um por um. Temos que ajudá-los.”

O ensino híbrido também acontece dentro da escola, com atividades que usam a sala de aula invertida, segundo Lélia. “O professor pensa uma aula sobre Revolução Francesa, por exemplo. Traz a problemática para os alunos. Entrega equipamentos, faz com que busquem o ensino, faz a mediação. Tem coisas maravilhosas na internet, de confiança. Isso exigiu investimento em equipamentos, o que valeu muito a pena. Trouxemos a linguagem digital para a escola. É um ótimo recurso.”

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engajamento familiar, ensino híbrido

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