Museu de Cultura Popular, na Ribeira, reúne um acervo de mais de 2.000 peças e é considerado um dos melhores do país no seu gênero (Foto: Alex Regis/PMN/Secom)Os museus são espaços que despertam curiosidade e ampliam o conhecimento de seus visitantes. É possível classificá-los como verdadeiras escolas, já que são locais dedicados à propagação do saber por meio de suas peças, obras e elementos. Quem mora em Natal pode até nem saber, mas conta com duas boas opções nesse quesito. Trata-se dos dois museus administrados pela Prefeitura: o Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão, na Ribeira, e o Memorial Natal, localizado no Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte, no bairro Pitimbu.
Localizado na Praça Augusto Severo, o Museu de Cultura Popular Djalma Maranhão funciona de segunda a sexta, das 8 às 16 horas. A entrada é gratuita. O local reúne um acervo de mais de 2.000 peças e é considerado um dos melhores do país no seu gênero. Dentre o material exposto, são destaques as obras ligadas ao sertão nordestino e às características do seu povo, como a religiosidade, bem como os temas voltados às danças da tradição popular folclórica, ajudando a manter vivos os quatro grandes autos populares: Boi, Fandango, Chegança e Congo. E, ainda, Lapinha, Pastoril e Caboclinhos. Além de um grande número de danças populares, desde o Zambê de Tibau do Sul (uma referência nacional) à Sociedade Araruna, única no Brasil, orgulho dos potiguares.
O diretor do Departamento de Patrimônio Cultural da Fundação Capitania das Artes, Hélio Oliveira, ressalta que no MCP existe uma síntese do que é a cultura popular brasileira, com evidência para as obras e peças dos artistas norte-rio-grandenses. “O nosso Estado é muito rico em produção e estamos resgatando e valorizando esses elementos”, ressalta ele. Para Hélio Oliveira, os museus se revestem de uma importância significativa, já que são instituições culturais de alta relevância, pois preservam a memória e a cultura dos povos, e as disseminam para todas as pessoas.
O MCP recebe muitas visitas diárias de estudantes das redes pública e privada de ensino da cidade. A turma do ensino médio da Escola Estadual Felipe Guerra é uma das que estiveram no local semana passada, assistindo a uma palestra ministrada pelo professor e arte-educador Genildo Mateus. Eles acompanharam a apresentação sobre Arte Naif, bem como sobre os bonecos de João Redondo e Mamulengos, dentro da programação da Semana de Museus, celebrada na semana passada. Foi difícil segurar as risadas com a irreverente performance dos bonecos.
Memorial Natal conta de maneira interativa a história da capital potiguar dos tempos pré-históricos até os dias atuais (Foto: Alex Regis/PMN/Secom)O estudante Jailson Araújo achou muito interessante a aula de campo, pois pôde conhecer um pouco mais sobre a cultura popular e, de quebra, ainda teve a oportunidade de entrar em um museu pela primeira vez. “Está sendo uma experiência enriquecedora. Aprendi muito”, disse. Após a apresentação e a palestra, os alunos circularam pelo museu e ficaram encantados com as peças em exposição.
O outro museu municipal de Natal fica localizado no alto da torre do Parque da Cidade Dom Nivaldo Monte. Também com acesso gratuito, o Memorial Natal conta a história da capital potiguar dos tempos pré-históricos até os dias atuais. Uma grande opção de lazer voltada à cultura. O Memorial foi montado de forma didática e interativa usando novas tecnologias da informação para proporcionar aos visitantes uma leitura geral e despertar um maior interesse pelos temas abordados.
O Plano Museológico elaborado para o Memorial Natal tem como missão prestar serviços à sociedade através do resgate, valorização, e reconhecimento do patrimônio material e imaterial que fazem parte da historia da cidade, contribuindo para o fortalecimento da identidade e cidadania do povo potiguar.
O local também recebe exposições. Neste mês de maio, o Memorial Natal abriga a exposição “Retalhos da Memória”, do Grupo Universitário de Aquarela e Pastel (GUAP) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte. “Retalhos da Memória” versa sobre o tema sugerido pelo Conselho Internacional de Museus: “Museus e histórias controversas, dizer o indizível em museus”. Adequa-se à proposta de criar espaço de diálogo e construção de narrativas visuais em torno do tema da memória, respeitando as diversas linguagens dos artistas do GUAP. A exposição pode ser visitada de domingo a domingo das 14 às 17h30 e ficará aberta até o dia 18 de junho. A entrada também é franca.
