Enem 2021

Por G1


Provas do Enem devem sofrer mudanças — Foto: Divulgação

Mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e no Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (​Encceja) serão debatidas em um grupo de trabalho do Ministério da Educação (MEC), segundo o Diário Oficial da União (DOU) desta sexta-feira (18).

O G1 entrou em contato com a pasta para saber que tipo de alteração estará em pauta - periodicidade do exame, conteúdo cobrado nas questões ou formato da avaliação, por exemplo -, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.

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A equipe que discutirá as atualizações nas duas provas será formada por representantes do governo - membros do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), que organiza os exames, e integrantes de secretarias como a de Educação Básica (SEB) e a de Educação Superior (Sesu), por exemplo.

O grupo também contará com a participação de importantes entidades educacionais do país, como o Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e o Conselho Nacional de Educação (CNE).

'Prova ultrapassada'

Em 27 de maio, a presidente do CNE, Maria Helena Guimarães de Castro, afirmou que o modelo atual do Enem é "ultrapassado" — tanto no conteúdo quanto na logística de aplicação. E já adiantou, naquela data, que o MEC e o Inep iniciariam conversas sobre possíveis mudanças no exame.

Ela defendeu uma reformulação da prova, a longo prazo.

"O Enem atual só existe na China e no Brasil. Nem Estados Unidos, nem Rússia, nem Índia: nenhum país extremamente populoso tem exame em um dia só, que mobiliza Exército, FAB [Força Aérea Brasileira], 6 milhões de provas impressas, [contratação de] aplicadores", disse. "É uma operação gigantesca que não faz sentido num mundo conectado à internet."

Segundo a presidente do CNE, as atualizações não deverão ser feitas já para a próxima edição do Enem. "Eu me refiro ao planejamento futuro. Desde 2009, quando a prova foi transformada em vestibular nacional, está em discussão esta mudança", afirmou.

Ela sugeriu os seguintes pontos:

  • aplicação 100% digital, para evitar os gastos com transporte e impressão da prova;
  • frequência maior, de duas a três vezes ao ano;
  • adaptação das matérias cobradas, para que fiquem compatíveis à Base Nacional Comum Curricular (BNCC), documento que estipula o mínimo a ser ensinado nas escolas.

"É preciso adaptar o novo Enem às novas matrizes da BNCC. A prova atual é um conjunto de conteúdos que não fazem sentido para um Congresso que está discutindo empreendedorismo, temas transversais e competências do século XXI, como criatividade e trabalho em equipe", disse.

"O modelo atual é absolutamente superado, seja nos conteúdos avaliados ou na logística gigantesca e caríssima."

Mudanças já em curso

Abaixo, veja quais mudanças estão sendo implementadas no Enem:

  • Na edição de 2020, houve a estreia do formato digital, restrita apenas a uma pequena parcela de candidatos (96.086, com taxa de abstenção de 71,3%). Segundo o Inep, a ideia é que a prova seja 100% informatizada até 2026.
  • O chamado "Enem seriado" ocorreria por meio do novo Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). Neste modelo, alunos do ensino médio são avaliados ao fim de cada ano escolar. A nota final é uma média de desempenho nas provas de cada um dos três anos do ciclo. No entanto, a aplicação do Saeb em 2021 ainda está em discussão.

E o Encceja?

O Encceja é voltado para adultos que não concluíram os estudos na idade correta e que buscam um "diploma" que comprove que eles têm conhecimentos equivalentes ao ensino fundamental ou ao ensino médio.

Dependendo da pontuação na prova, podem conseguir o "diploma".

O grupo de trabalho do MEC debaterá alterações no formato atual. Saiba mais sobre o funcionamento do Encceja e veja dicas para se preparar para a prova.

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