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Por Jornal Nacional


Entidades e movimentos sociais lançam documento que mapeia necessidades dos jovens

Entidades e movimentos sociais lançam documento que mapeia necessidades dos jovens

Organizações representativas de jovens de todo o Brasil lançaram nesta quarta-feira (17) um documento sobre as maiores necessidades desses eleitores.

Ser jovem no Brasil não é tarefa simples. Quarenta por cento das nossas crianças e adolescentes vivem na pobreza e o homicídio é causa da morte de 39 a cada 100 jovens que perdem a vida no país.

Como eles estão reagindo? Lutando para viver, e viver melhor. O número de eleitores adolescentes vinha caindo nos últimos anos, mas a tendência se inverteu. Mais de 2 milhões de brasileiros de 16 e 17 anos, que não são obrigados a votar, tiraram o título de eleitor e vão às urnas em 2022. É mais do que o dobro do número da eleição de 2020.

O interesse em participar da escolha dos nossos representantes é sinal de uma juventude mais preocupada com o país, com o planeta, mais decidida a fazer alguma coisa em vez de apenas assistir. Se é verdade que os jovens são o futuro, também é verdade que o futuro começa no presente.

“Para além da participação eleitoral, é importante a gente verificar essa maior participação dos jovens em organizações da sociedade civil, em esforços coletivos, o engajamento em agendas que são relevantes para que eles possam ser parte da construção do presente e do futuro”, aponta a professora de ciência política Flávia Biroli.

Foi lançado nesta quarta (17) em São Paulo, o documento "Juventudes do Agora" . É uma espécie de guia feito por jovens sobre o que eles precisam levar em conta para votar em candidatos comprometidos com políticas públicas para juventude.

“A gente está falando especialmente dos investimentos em educação, em trabalho e renda, empregabilidade, em dignidade humana e também na juventude que quer permanecer viva”, explica o coordenador-geral do Atlas das Juventudes, Marcus Barão.

Helena tem 20 anos e trabalha para uma ONG que busca envolver jovens na luta pela igualdade de gênero.

“É possível a gente impactar, por exemplo, a política pública, a política do geral do nosso país, para que a gente de fato sinta que o poder está na nossa mão e que a gente pode fazer a diferença”, aponta a estudante Helena Branco, supervisora do Girl Up Brasil.

O sociólogo e professor da USP José Pastore explica que o maior engajamento dos jovens está ligado diretamente à crise financeira.

“Quando você tem, por exemplo, pessoas que descem na escala social, por razões econômicas, educacionais, sociais, elas se sentem desconfortáveis, frustradas, descontentes e buscam mais as soluções políticas, buscam mais os políticos. As condições econômicas e sociais não estão permitindo aos jovens fazer ascensão em grande velocidade”, explica o professor.

E o voto este ano é um começo para avistar um futuro para além da crise.

“Eu acredito que a política define o meu futuro. O futuro de um filho que eu possa vir a botar no mundo”, aponta uma jovem.

“É muita coisa que a gente pode perder sem saber quem a gente está colocando lá em cima”, diz um jovem.

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