BRASÍLIA — Com a intenção de trazer a Educação para o centro do debate eleitoral, o movimento Todos Pela Educação criou o “Educação Já!”, uma articulação com instituições e especialistas destinada a elaborar um plano estratégico para o setor, que já está sendo apresentando aos principais pré-candidatos à Presidência da República. O documento foi divulgado nesta sexta-feira para jornalistas em Brasília, assim como já tem ocorrido com outros grupos da sociedade civil.
— É preciso mostrar para os candidatos a complexidade do setor da Educação. Queremos chamar a atenção para a necessidade de se priorizar as políticas dessa área — explica Priscila Cruz, presidente-executiva do Todos Pela Educação.
O plano estratégico traz sete propostas prioritárias, divididas em três eixos. O movimento defende a criação de uma política de valorização e desenvolvimento profissional dos professores, quer aprimorar a “política nacional de alfabetização na idade certa”, reivindica a implementação da Base Nacional Comum Curricular e defende que o governo federal apoie os estados na reorganização do Ensino Médio.
Em relação ao sistema educacional, as propostas vão da criação de um Sistema Nacional de Educação, que integre órgãos públicos e políticas educacionais de todas as esferas do governo, a alterações na forma de financiamento público da Educação básica. Já ao tratar de fatores extraescolares, como a vida dos estudantes fora do colégio, a ideia é instituir uma política nacional de desenvolvimento de crianças de 0 a 6 anos que acompanhe os estudantes em suas casas.
O grupo tem mantido conversas constantes com as campanhas de Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT) e Geraldo Alckmin (PSDB). Nas próximas semanas, deve encontrar as equipes de Jair Bolsonaro (PSL), Álvaro Dias (Podemos), Manuela D’Ávila (PCdoB) e João Amôedo (Novo).
PERFIL DO MINISTRO
Além das propostas, um dos temas tratados com as campanhas é o perfil ideal para a equipe que vai assumir o Ministério da Educação. A presidente-executiva do Todos Pela Educação argumenta que é preciso combinar conhecimento técnico com habilidade política, para conseguir tirar os projetos do papel.
— A equipe da Educação deveria ser como a do Ministério da Fazenda. Técnicos muito competentes, pessoas que têm experiência e uma equipe que consiga fazer gestão para que essas políticas saiam do papel — avalia Priscila Cruz.
O movimento fez um esforço para apresentar propostas que sejam realizáveis durante os quatro anos de mandato.
— Reconhecemos que o tempo da Educação é diferente do tempo da política. Então, incorporamos essa lógica no plano — diz Priscila Cruz.