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‘Momentos inéditos vão exigir soluções inéditas’, diz especialista

Para Ivan Gontijo, coordenador de projetos do movimento Todos Pela Educação, volta vai exigir apoio psicológico a professores e alunos

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Por Redação
Atualização:
2 min de leitura
Ivan Contijo, coordenador de projetos do movimento Todos Pela Educação. Foto: Todos Pela Educação 

O ensino remoto veio para mitigar o fechamento das escolas – não substituir por completo o presencial –, e a retomada vai exigir atenção especial àqueles alunos que tiveram mais dificuldades de acompanhar o conteúdo.

Essa é a visão de Ivan Gontijo, coordenador de projetos do movimento Todos Pela Educação, que conversou com o Estadão sobre o reflexo das desigualdades sociais na educação durante a pandemia e possíveis ações que podem ser tomadas para melhorar o cenário futuro.

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É engraçado que a gente está acostumado a falar ‘os professores’, mas 80% são mulheres

De que maneira a pandemia evidenciou as desigualdades na educação?

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Foram principalmente duas razões. A primeira é mais ligada a questões escolares – os alunos mais pobres geralmente estudam em escolas públicas que demoraram mais para se adaptar ao modelo do ensino remoto. A outra é uma questão que, para a criança aprender, ela precisa ter uma série de condições satisfeitas – estar bem alimentada, ter um local de estudo, ter apoio. Veremos de fato uma queda de aprendizagem para todos, mas nem todo mundo está no mesmo barco.

Como diminuir esses reflexos na volta?

É preciso ter ações específicas para grupos mais vulneráveis: de assistência social – manter a merenda, por exemplo –, talvez aumentar um pouco a carga horária diária, criar turmas específicas de reforço. Outra medida bem interessante é ter o quarto ano do ensino médio. O aluno que está no terceiro ano na rede pública não vai competir em pé de igualdade com outros. Então dou essa possibilidade de ele cursar mais um ano de forma facultativa na rede pública. Momentos inéditos vão exigir soluções inéditas. A gente tem que pensar fora da caixinha um pouco, mas sempre mantendo o norte de um olhar muito especial para os alunos que foram mais afetados.

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Os professores também vêm relatando várias dificuldades, inclusive de saúde mental. Quais as maiores desigualdades entre eles?

Primeiro é engraçado que a gente está acostumado a falar “os professores”, mas 80% são mulheres. Então são as professoras, e que por conta da cultura patriarcal e machista também acumulam muitas tarefas domésticas na pandemia. Um ponto que a gente tem tocado muito é que no período de volta às aulas vai ser fundamental cuidar da saúde mental tanto de professores quanto de alunos, porque esse não é um retorno comum de férias. Os professores vão ter esse papel de entender como os alunos estão se sentindo e dar suporte psicológico. E para isso também vão precisar ser apoiados.

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