Por Jornal Nacional


Ministro dos Direitos Humanos e ministra das Mulheres assumem os cargos com discursos de inclusão

Ministro dos Direitos Humanos e ministra das Mulheres assumem os cargos com discursos de inclusão

O ministro dos Direitos Humanos e a ministra das Mulheres assumiram os cargos nesta terça-feira (3).

A ex-secretária Nacional de Enfrentamento à Violência contra as Mulheres, Cida Gonçalves assumiu o Ministério das Mulheres destacando que o governo Lula tem onze ministras e duas presidentes de bancos estatais: Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil. É a maior representatividade feminina em um governo federal.

No discurso, Cida Gonçalves ressaltou que o mundo do trabalho precisa avançar na igualdade salarial e no combate ao assédio moral, e disse que o seu trabalho será para todas.

“Este ministério será o ministério de todas as mulheres. As que votaram e os que não votaram conosco. E das diversas mulheres que compõem a nossa sociedade: negras, brancas, indígenas, LBTQIA+, as dos campos, das cidades e das águas”, afirmou Cida Gonçalves.

A ministra criticou a forma como o governo anterior tratava as mulheres e celebrou as várias formas de família.

“Neste projeto de destruição, a mulher, como sujeito de direitos, só foi vista e pensada dentro da construção determinada de família patriarcal, como se houvesse apenas um tipo de mulher e um tipo de família a ser atendida pelas políticas públicas. A família, no singular, apaga a diversidade brasileira e a centralidade da mulher enquanto foco da elaboração e implementação das políticas. Há famílias, plurais e no plural. Este é um ministério que as reconhece e acolhe”, disse a ministra em seu discurso.

Em outro auditório lotado, o escritor e filósofo Silvio Almeida assumiu o Ministério dos Direitos Humanos. Ele também criticou a gestão passada.

“Recebo hoje um ministério arrasado. Conselhos e participação foram reduzidos ou encerrados, muitas vozes da sociedade foram caladas, políticas foram descontinuadas e o orçamento voltado para os direitos humanos foi drasticamente reduzido. Como crueldade derradeira, a gestão que se encerra tentou extinguir e vou dizer: tentou extinguir sem sucesso a Comissão de Mortos e Desaparecidos. Não conseguiu”, disse Silvio Almeida.

Silvio Almeida lembrou dos negros brasileiros que lutaram por igualdade racial: Zumbi dos Palmares, Abdias do Nascimento, Marielle Franco, Pelé, entre outros. Em seguida, assumiu o compromisso de que todo ato ilegal baseado no ódio e no preconceito será revisto e prometeu ainda um esforço para reduzir o número de homicídios de jovens, pobres e negros.

O novo ministro emocionou a plateia ao garantir que todos terão visibilidade nas políticas públicas.

“Trabalhadoras e trabalhadores do Brasil, vocês existem e são valiosos para nós. Mulheres do Brasil, vocês existem e são valiosas para nós. Homens e mulheres pretos e pretas do Brasil, vocês existem e são pessoas valiosas para nós. Povos indígenas desse país, vocês existem e são valiosas para nós. Pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transsexuais, travestis, intersexo e não binárias, vocês existem e são valiosas para nós. Pessoas em situação de rua, vocês existem e são valiosas para nós. Pessoas com deficiência, pessoas idosas, anistiados, filhos de anistiados, vítimas de violência, vítimas da fome e da falta de moradia, pessoas que sofrem com falta de acesso a saúde, companheiras, empregadas domésticas, todos e todas que sofrem com a falta de transporte, todos e todas que têm seus direitos violados, vocês existem e são valiosos para nós. Com esse compromisso, quero ser ministro de um país que põe a vida e a dignidade em primeiro lugar”, afirmou Silvio Almeida.

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