Ministro diz que é “equívoco” Lula acabar com escola cívico-militar
Victor Godoy afirmou que modelo de administração reduz a criminalidade e a evasão de alunos
O ministro da Educação, Victor Godoy, criticou a iniciativa da equipe de transição de Lula de sugerir a extinção do projeto das escolas cívico-militares, criado durante a gestão de Jair Bolsonaro. Membros da equipe de transição anunciaram que o presidente eleito pretende desativar projeto. Em entrevista a VEJA, o ministro afirmou que este tipo de escola vem ajudando a reduzir a criminalidade.
Durante o governo Bolsonaro, foram criadas 216 escolas cívico-militares no país. Neste modelo, militares da reserva participam da gestão e da organização da escola, mas a direção pedagógica continua a cargo de professores civis. São diferentes dos colégios militares do Exército, onde toda a gestão e o ensino estão a cargo de oficiais. Nas escolas cívico-militares, os oficiais da reserva são pagos pelo Ministério da Defesa.
O ministro Godoy critica o anúncio feito por membros da transição. “Eles estão dizendo que querem acabar com as escolas cívico-militares, acho que é um equívoco, uma narrativa que é como se os militares estivessem tomando conta do ensino”, disse o ministro. “Eu ouvi que eles querem acabar com a alfabetização, falaram que querem acabar com a reforma do ensino médio, o que é um outro absurdo”, afirmou.
Para o ministro, não se justifica desativar por questões ideológicas um projeto que está dando certo. “Há um misticismo em relação às escolas cívico-militares que diz que representa a militarização do ensino. O que temos de dados é que quando uma escola cívico-militar é implantada, e são sempre em regiões vulneráveis, aquela escola consegue mudar o entorno, há redução da criminalidade, redução do tráfico de drogas, maior engajamento dos alunos, menor taxa de evasão”, diz ele.