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Ministro da Educação presta depoimento à PF por atribuir homossexualidade a ‘famílias desajustadas’

Após esclarecimentos de Milton Ribeiro, STF deve questionar PGR se inquérito continuará
Ministro da Educação, Milton Ribeiro. Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo
Ministro da Educação, Milton Ribeiro. Foto: Pablo Jacob / Agência O Globo

BRASÍLIA — O ministro da Educação, Milton Ribeiro, prestou depoimento na manhã de quinta-feira à Polícia Federal sobre supostas declarações homofóbicas . Após o depoimento, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve consultar a Procuradoria-Geral da República (PGR) se o inquérito deve prosseguir. O ministro Dias Toffoli é o relator do caso.

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As declarações foram dadas em entrevista ao jornal “O Estado de S. Paulo” em setembro do ano passado. Na ocasião, o ministro, que é pastor presbiteriano, disse que o “adolescente que muitas vezes opta por andar no caminho do homossexualismo (sic) tem um contexto familiar muito próximo, basta fazer uma pesquisa. São famílias desajustadas, algumas. Falta atenção do pai, falta atenção da mãe”.

Em outro ponto, Ribeiro disse que “não é normal a questão do gênero”. "Quando o menino tiver 17, 18 anos, ele vai ter condição de optar. E não é normal. A biologia diz que não é normal a questão do gênero. A opção que você tem como adulto de ser um homossexual, eu respeito, não concordo", declarou.

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Os dois trechos foram destacados pelo vice-procurador-geral da República, Humberto Jacques de Medeiros, ao pedir a abertura de  inquérito para apurar suposta prática de homofobia. Após o pedido de investigação, o ministro divulgou nota dizendo que sua “fala foi interpretada de modo descontextualizado”.

Em novembro, a PGR ofereceu um acordo a chefe do MEC. Para se librar do inquérito, ele precisaria admitir que cometeu o crime. O ministro recusou a proposta e mais uma vez pediu desculpas.