Por Artur Ferraz e Giuliano Roque, g1 PE e TV Globo


Camilo Santana diz que avalia mudanças no novo ensino médio

Camilo Santana diz que avalia mudanças no novo ensino médio

O ministro da Educação, Camilo Santana (PT), disse, nesta sexta (3), no Recife, que está montando um grupo de trabalho para avaliar possíveis mudanças na implantação do novo Ensino Médio. No entanto, a medida criada durante o governo de Michel Temer (MDB) não deve ser revogada pelo governo de Lula (PT) (veja vídeo acima).

“Não é questão de revogar. O [novo] ensino médio está em andamento. O que nós estamos colocando é criar um grupo de trabalho, que será oficializado por portaria. Vamos reunir todos os setores para discutir”, afirmou o ministro.

Santana acompanhou a posse da nova presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Márcia Angela Aguiar. O ministro também confirmou mudanças no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), mas disse que elas só devem ser adotadas em 2024.

Sobre o novo Ensino Médio, Camilo Santana disse que o grupo vai incluir secretários estaduais de Educação e entidades de classe, como representantes de associações de alunos e professores.

O ministro ressaltou ainda que “o grande equívoco” do governo anterior, de Jair Bolsonaro (PL), foi não ter construído um diálogo com a sociedade para executar a medida.

“Nós queremos fazer pesquisas, consultas, se forem necessárias, on-line a professores e à comunidade acadêmica, fazer seminários e reunir os estudiosos para que a gente possa, numa discussão coletiva, melhorar o que puder ser melhorado no Ensino Médio”, declarou.

Camilo Santana destacou também que o novo Ensino Médio tem “pontos positivos”. “A ampliação da carga horária, a oportunidade de você ter disciplinas complementares, mas isso é um processo que precisa ser consolidado”, avaliou.

Reconstruir o MEC

O ministro Camilo Santana disse que tem o desafio de reconstruir o Ministério da Educação. Ele falou sobre um dos problemas a serem enfrentados na educação do país: a defasagem de aprendizado dos alunos.

"Só no primeiro ano do ensino fundamental, 24% dos alunos já chegam defasados na idade-série. Apenas um terço das nossas crianças aprendem no segundo ano a ler e escrever", destacou o ministro, ressaltando que a pandemia agravou a situação.

"Além de garantir que todas as crianças aprendam na idade-série, temos que recuperar essas crianças que enfrentaram com muita dificuldade [a pandemia]. A gente tá vendo qual é o melhor desenho para garantir a permanência [na escola], reduzir a evasão. Não perder nenhum jovem nessa trajetória desde o Ensino Fundamental até o Ensino Médio", completou Camilo Santana.

Segundo Santana, entre as ações previstas está fortalecer o ensino profissionalizante, a conexão das escolas com a internet e também uma estrutura interna que dê acesso aos alunos a ferramentas de aprendizado e às plataformas digitais.

Mudanças no Enem

Ministro Camilo Santana participou de posse na Fundaj — Foto: Reprodução/TV Globo

Questionado sobre o Enem, o ministro da Educação confirmou que a prova vai passar por mudanças, mas elas só devem ser implementadas em 2024.

“Neste ano vai se manter, porque não dá tempo. O presidente do Inep [Manuel Palácios da Cunha e Melo] já está discutindo, convidando representantes dos estados e especialistas em educação para que a gente possa apresentar e lançar o novo Enem 2024”, contou.

O ministro, porém, não especificou quais mudanças podem ser adotadas.

Posse na Fundaj

Márcia Angela Aguiar é a nova presidente da Fundaj — Foto: Reprodução/TV Globo

O ministro veio ao Recife para a posse da nova presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Márcia Angela Aguiar.

A pedagoga, que é a primeira mulher a assumir o comando da entidade, foi nomeada no início de fevereiro, um mês após a exoneração de Antônio Campos.

A cerimônia foi realizada no Cinema da Fundação/Museu, no bairro de Casa Forte, na Zona Norte do Recife.

A solenidade contou com as presenças da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB), e da senadora Teresa Leitão (PT).

Formada em pedagogia e mestre em educação pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Márcia Angela Aguiar defendeu a realização de concurso público para ampliar o quadro de servidores da instituição.

“A Fundação já faz um trabalho muito importante junto à população pernambucana e do Nordeste. No entanto, o número de servidores concursados é pequeno para fazer face a esse desafio”, informou.

Segundo ela, essa é a principal dificuldade que instituição tem hoje para ampliar o acesso do público aos serviços oferecidos pela entidade federal.

“O último concurso foi realizado em 2006. Isso significa que aqueles jovens que entraram já estão com cabelos brancos. Nós precisamos de novos jovens”, comentou.

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