Por Pedro Henrique Gomes, G1 — Brasília


Ministro da Agricultura, Carlos Fávaro — Foto: Filipe Matoso/g1

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD-MT), afirmou nesta quarta-feira (8) que erraria as questões do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sobre o agronegócio, que foram críticas por pela bancada ruralista no Congresso Nacional.

Foram questionadas três questões que exploram: fatores negativos do agronegócio no Cerrado, mencionando, por exemplo, a "superexploração dos trabalhadores" e as "chuvas de veneno"; nova corrida espacial financiada por bilionários, discutindo as perspectivas que ela aponta; e o avanço da cultura da soja e o desmatamento na Amazônia.

"O que eu posso dizer com relação a isso, e nada mais que isso, é que se eu estivesse fazendo a prova, eu iria errar umas duas ou três questões porque eu vivo e sei a qualidade de vida, eu sei o desenvolvimento que o agro é para essas regiões. Se eu tivesse respondido a prova, eu teria errado a resposta que eles consideraram certa", afirmou o ministro.

LEIA TAMBÉM

O ministro, porém, defendeu o governo afirmando que são "professores renomados" que elaboram as questões.

"Não é o governo que faz a prova. São professores renomados que fazem", afirmou Fávaro.

Questionado se o erro estaria na resposta que daria às questões ou na avaliação do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) da alternativa apontada como a correta, o ministro desconversou.

"Tem que perguntar para o avaliador. Eu não sei avaliar prova", disse Carlos Fávaro.

Carlos Fávaro também afirmou que a própria ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede-SP), divulgou números que mostram que a minoria dos produtores rurais comete crimes ambientais.

"A própria ministra Marina Silva disse hoje, em um evento da própria Abiove [Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais], que, estatisticamente, menos de 2% dos produtores brasileiros são os que insistem em cometer crimes ambientais. Portanto, mais de 98% dos produtores brasileiros têm boas práticas de sustentabilidade. Isso é uma referência para o mundo. E basta ver os índices de desenvolvimento das regiões agrícolas comparado com qualquer outra região do Brasil", disse.

Perguntado se o Inep ainda não teria assimilado as faces boas do agronegócio citadas por ele próprio, Carlos Fávaro respondeu: "Talvez vá compreender no dia a dia".

Carlos Fávaro também disse que não pretende fazer nenhuma avaliação da repercussão do caso e que não é atribuição dele fazer qualquer mediação para resolver a insatisfação da bancada ruralista. "Não é atribuição minha ser comentarista de prova de Enem", justificou.

Bancada do agro aponta viés ideológico em questões do ENEM 2023

Bancada do agro aponta viés ideológico em questões do ENEM 2023

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!