O governo de Minas informou hoje que vai manter o cronograma de volta às aulas das escolas estaduais, marcada para 7 de fevereiro. O governador, Romeu Zema (Novo), disse que as escolas adotarão os protocolos de segurança usados no ano passado. Ontem, o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), anunciou o adiamento da volta às aulas nas escolas municipais em uma semana, começando no dia 14.
“A grande maioria dos jovens já está vacinada e é muito mais arriscado os jovens estarem em clubes, jogando bola na rua, do que dentro da escola, que é um ambiente que tem controle. Estamos conscientes de que estamos fazendo o certo”, afirmou Zema.
A maioria dos estudantes com mais de 11 anos estuda em escolas estaduais ou privadas. A educação infantil, de 5 a 11 anos, fica concentrada em escolas municipais e privadas. De acordo com informações da Prefeitura de Belo Horizonte, apenas 46,7% das crianças dessa faixa etária se vacinaram na capital mineira até ontem.
O governador cobrou responsabilidade dos mineiros. “Vacina tem em todo lugar, tanto para adultos quanto para crianças. O que tem faltado é responsabilidade. E quem não é responsável afeta os outros, expondo desnecessariamente ao vírus e atrapalhando o andamento do nosso trabalho. Os meus sintomas foram leves. As pessoas que estão sendo hospitalizadas com quadro grave são pessoas que se recusaram ou não fizeram o uso total da vacina”, afirmou Zema.
O governador criticou a politização da vacinação contra a covid-19. Ele já havia tomado as duas doses da vacina contra a covid-19, mas foi contaminado na semana passada. Em seu 11º dia com covid-19, Zema voltou a participar presencialmente de uma entrevista coletiva. “Os três primeiros dias foram muito desagradáveis, com muita dor, muita indisposição. Mas tenho melhorado dia a dia. Estou muito bem, tenho quase conseguido ter uma agenda normal”, afirmou.
Ele também criticou o compartilhamento de notícias falsas sobre vacinas. “Não é hora de politizar saúde. Saúde é assunto para quem é da saúde. Para quem estudou, para quem se formou”, disse o governador.
O secretário de Estado de Saúde, Fábio Baccheretti, disse que há sobra de vacinas para crianças nos municípios mineiros. Muitos pais se recusam a vacinar os filhos, influenciados por notícias falsas de que o imunizante faria mal às crianças.
O secretário observou que mais de 7 milhões de crianças foram imunizadas no mundo e não há nenhum caso de morte por causa da vacina. Ainda de acordo com a Secretaria de Saúde, 74% das pessoas internadas com covid-19 no Estado não se vacinaram contra a doença. Outras 6% só tomaram a primeira dose.
O Estado ultrapassou 37 milhões de doses aplicadas. Entre pessoas acima de 12 anos, 87,37% tomaram as duas doses. E 21% tomaram a dose de reforço. Existem 2,5 milhões de pessoas em Minas Gerais que ainda não tomaram a dose de reforço.
Pico da ômicron
Segundo Baccheretti, Minas Gerais vive neste momento o pico de incidência da variante ômicron. “O pico da incidência chegou e o que precisamos agora é garantir a assistência nos municípios”, afirmou o secretário. O governo de Minas anunciou que vai repassar R$ 45 milhões aos municípios para garantir o atendimento aos pacientes de covid-19. O recurso poderá ser usado nas unidades de saúde para compra de insumos, medicamentos e abertura de leitos.
O Estado registra neste momento o triplo da média de casos observados em março do ano passado, no pico da segunda onda da covid-19. Nas últimas 24 horas, Minas Gerais apresentou 34.420 casos confirmados da doença e 55 óbitos. Desde o início da pandemia, o Estado tem 2,6 milhões de casos confirmados e 57.093 óbitos. O Estado acompanha 212.637 pacientes com a doença.
“Estamos aumentando bastante a incidência de casos, mas sem aumentar os óbitos na mesma proporção”, observou Baccheretti. Atualmente, existem 1.829 pessoas internadas com síndrome respiratória aguda grave no Estado. Em março de 2021, havia 9.370 pessoas internadas na mesma condição. De acordo com o secretário, o número menor de internações é resultado da vacinação.
De acordo com o secretário, hoje de cada 10 mil pacientes, um é internado em unidade de terapia intensiva (UTI). Em março do ano passado, quase 3 pacientes a cada 100 infectados eram internados.
De acordo com a Secretaria de Saúde, a taxa de ocupação de UTI covid no Estado é de 35% e a ocupação de leitos de enfermaria está em 10%.
Nos últimos 15 dias, 729 municípios mineiros não apresentaram óbitos por covid-19 e 690 municípios não registram mortes pela pandemia há 30 dias.
Nesta semana, o governo de Minas Gerais abriu 20 leitos de UTI e 102 leitos de enfermaria para pacientes de covid-19 para atender o público infantil. O Estado também suspendeu férias de servidores da saúde para garantir o atendimento médico aos pacientes.
O secretário disse ainda que Minas Gerais deve distribuir na próxima semana 1,5 milhão de testes rápidos de covid-19.