BRASÍLIA- As declarações do ministro da Educação, Milton Ribeiro, abalaram sua segurança no cargo. As últimas entrevistas geraram desconforto no Palácio do Planalto e fizeram com que alas do governo passassem a pedir a cabeça do ministro. A escalada de tensão sobre Ribeiro, no entanto, é contida pelo próprio presidente Jair Bolsonaro, que nutre simpatia pelo subordinado. Apesar das críticas, interlocutores de Bolsonaro avaliam ser difícil uma nova troca neste momento em uma pasta que já teve duas trocas de comando, de Ricardo Vélez para Abraham Weintraub e deste para Ribeiro (sem contar a nomeação de Carlos Decotelli, cancelada depois que o currículo que apresentou ao governo foi contestado).
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As declarações de Ribeiro de que alunos com deficiência "atrapalham" em sala de aula incomodaram a primeira-dama Michelle Bolsonaro, que adotou a inclusão dessas pessoas como uma bandeira de sua atuação no governo do marido. Ribeiro também é visto com antipatia por setores olavistas e a escassez de resultados de sua gestão tem gerado incômodo.
Dentro do MEC, o ministro tem incomodado integrantes da Secretaria de Alfabetização, comandada por Carlos Nadalim, discípulo do guru conservador Olavo de Carvalho. A percepção é que Ribeiro não dá atenção aos projetos tocados na área chefiada por Nadalim, criada na gestão de Vélez.
Como o ministro não tem um grupo forte dentro do governo, os desconfortos por sua atuação têm um impacto maior e fragilizando sua posição no cargo.
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