'de esquerda'

Milton Ribeiro nega influência no Enem, ‘que teve Marx e Chico Buarque’

Ministro da Educação volta a negar interferência na prova do Enem, que terá seu resultado divulgado em 11 de fevereiro

Reprodução/TV Brasil
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Milton Ribeiro: poderia ter lido a prova antes, como queria, mas mudou de ideia

São Paulo – O ministro da Educação, Milton Ribeiro, voltou a negar qualquer interferência na prova do Enem, citando questões envolvendo nomes como Karl Marx e Chico Buarque. “Se você for ler a prova hoje, vai ver que tem citacão de Marx, Engels e de uma música de Chico Buarque. Um artista tem o seu direito democrático de expressar sua vontade, que é totalmente partidário de uma visão de esquerda”, disse o ministro durante coletiva na tarde desta segunda-feira para falar sobre o Exame Nacional do Ensino ´Médio.

“Se levássemos essa prova para uma análise de alguém de fora do Brasil, ele falaria que as questões são contemporâneas. E até um pouco próximas às questões mais de esquerda. Mas não houve nenhuma tentativa (de interferência)”, disse ainda.

Ribeiro foi questionado sobre os motivos que os levaram a mudar de ideia quanto à leitura prévia das provas, conforme ele anunciou em uma audiência na Câmara. “Quando eu percebi que a possibilidade de eu ter acesso às questões da prova iria trazer muito mais prejuízos aos estudantes do que benefícios, eu simplesmente dei um passo atrás. Então, eu abri mão de um direito”, disse o ministro, destacando que, caso recorresse aos tribunais, teria garantido o que considera “um direito” por comandar o MEC.

“Não é uma prova de convicções, mas uma prova que procura medir a capacidade de um jovem de ter acesso ao ensino superior. Isso é o Enem. Então a sociedade cobra em relação a isso. Eu pensei que todos os ministros tinham regular acesso a questões da prova, mas, diante da reação de alguns, eu simplesmente voltei atrás”, completou.

Resultado do Enem

Ribeiro convocou a imprensa para anunciar que o resultado da prova realizada neste domingo (28) e no anterior será divulgado em 11 de fevereiro. Já os gabaritos saem na próxima quarta-feira (1º), enquanto os pedidos de reaplicação poderão ser feitos até sexta. E aproveitou para dizer que tudo transcorre dentro da maior normalidade dentro do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, o Inep.

Ao lado do ministro, o presidente do Inep, Danilo Dupas Ribeiro, afirmou que ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre os pedidos de exoneração apresentados pelos 37 servidores do órgão, no início de novembro. Ontem, o Enem teve seu segundo dia de provas, com matemática e ciências da natureza. No dia 21, o exame já havia tido ciências humanas, linguagens e a redação.

Segundo o Inep, houve falha técnica de conectividade ocorrida no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano, em Petrolina (PE), que impossibilitou a realização digital da prova. Os alunos que ficaram sem fazer a prova também podem pedir reaplicação. Ao todo, a prova foi entregue a 1.747 municípios em 10.600 escolas, com 41 voos da FAB e 130 carretas.

As denúncias de irregularidades no Inep estão sendo investigadas em comissões da Câmara e do Senado. Amanhã (30), haverá audiência pública para discutir o tema. A audiência será interativa e está marcada para as 10h. Os interessados poderão acompanhar pelo portal e-Democracia, inclusive enviando perguntas, críticas e sugestões aos participantes.


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