Por Profissão Repórter


Por determinação judicial, após passarem por abrigos, crianças e adolescentes vítimas de violência e suas famílias têm que ser acompanhadas por pelo menos seis meses por assistentes sociais e psicólogos, e este trabalho foi registrado de perto pelo Profissão Repórter, em Tarauacá, no Acre.

Para chegar à casa da menor assistida, a equipe teve que viajar horas pelo rio. A menina de 11 anos passou a morar há oito meses com a família do pai depois de ser tirada da mãe, acusada de maus-tratos e negligência.

"Existem muitas dificuldades, mas a gente não deixa de assistir essas famílias, porque elas precisam de orientação, acompanhamento. Muitas vezes precisam de encaminhamento, né? A gente vê como um todo: a criança e a família", explica a psicóloga Yuli Neves.

Ao chegar ao local, as representantes do CREAS - Centro de Referência de Assistência Social - constataram que, além de não ir à escola, a menina está com as vacinas atrasadas porque os documentos dela estão com a mãe. No entanto, a convivência com os avós melhorou muito após a resistência inicial.

"Inicialmente nossa maior preocupação foi que, até então, ela não tinha tido contato com os avós, com o pai. Era algo novo, uma novidade. Mas agora ela está tendo o vínculo familiar. Ela está se sentindo protegida, amada. A gente observa, na evolução dela, que ela está melhor inserida no âmbito familiar", comemora a psicóloga.

Avó: "Ela chegou aqui era atrasada, desconfiadinha. Não conversava, não falava nada, passava o dia todinho deitada dentro de uma rede. Mas percebo uma grande mudança. Agora ela já conversa, dá cada risada comigo. As roupinhas da boneca dela sou eu que faço. Eu tenho uma também e aí brinco com ela. Acho que é por isso que ela gosta de mim".
Avô: "A gente falava com ela e ela não respondia, baixava a cabeça. A gente falava: minha filha, não pode ser assim desse jeito. Você tem que falar com a gente, para conversar alguma coisa, para entender".

Questionada pela nossa equipe se estava gostando de viver com os avós, a menina disse que sim e contou o que mais gosta de fazer na nova rotina: "Arrumar a casa, dar de comer ao porco".

Assista ao programa completo abaixo:

Edição de 20/09/2022 - Violência sexual contra crianças e adolescentes

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