Por Alessandro Bachetti, TV Gazeta


Menino que chorou por perder material escolar em enchente recebeu doações e voltou a estudar

Menino que chorou por perder material escolar em enchente recebeu doações e voltou a estudar

O menino que aparece em um vídeo chorando por perder o material escolar durante uma enxurrada em Nova Venécia, no Noroeste do Espírito Santo, voltou a estudar nesta segunda-feira (21), uma semana após o temporal.

"Meu sonho é ser policial. Aí, eu achei que eu tinha perdido os meus materiais e não conseguia ter uma vida melhor, e meu sonho é dar uma casa para minha mãe também", contou o estudante Thiago Barbosa, de 11 anos.

Na última semana, as imagens da criança desesperada por temer não poder mais estudar viralizou nas redes sociais. A casa em que Thiago mora com a mãe, a lavradora Ana Lúcia Barbosa, em Guararema, distrito de Nova Venécia, foi tomada pela água durante um temporal que provocou grandes estragos e deixou mais de mil pessoas desabrigadas no estado.

Menino chorou após perder material escolar em enchente

Menino chorou após perder material escolar em enchente

A família perdeu alimentos, móveis e outros objetos. Com a repercussão do vídeo, o menino e a mãe receberam doações e Thiago ganhou, inclusive, um novo material escolar.

"Eu ganhei mochila, ganhei caderno, ganhei bolsinha, ganhei muita coisa", falou.

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Thiago Barbosa, menino que chorou ao perder materiais escolares na chuva, ganhou mochila, cadernos e estojo novos — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Na casa de Thiago, a água chegou a um metro de altura. A mãe do menino, que gravou o vídeo em que ele aparece chorando, ainda se recupera do episódio. Aos poucos, ela e o filho têm reorganizado o lugar onde moram e tentado retomar a vida com a ajuda das doações.

"Nossa, eu não sei nem o que nós iríamos passar, porque a gente estava passando o maior aperto nessa casa. Pensava assim: 'gente, onde eu vou colocar meus filhos para dormir?'", afirmou Ana Lúcia.

Ana Lúcia Barbosa, mãe do menino que chorou ao perder material escolar na chuva, recebeu doações para remobiliar a casa — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Enquanto a cidade ainda se recupera dos estragos, na volta à sala de aula, os colegas de turma compartilham histórias parecidas com a de Thiago. Em todo o Espírito Santo, a chuva chegou a deixar mais de mil pessoas fora de casa.

"Perdi meus cadernos, perdi tudo. Até as réguas, que nem sei onde foi parar. Acho que a força da água levou também", afirmou a colega de sala de Thiago, a estudante Rayssa Nascimento de 11 anos.

Mas, para os amigos de turma, Thiago dá palavras de esperança. "Eu falo para eles: estudar, estudar até completar o ensino médio e ser alguém na vida", estimula.

Thiago Barbosa, menino que chorou ao perder material escolar em enxurrada, voltou a estudar — Foto: Reprodução/TV Gazeta

A escola em que Thiago estuda fica em uma área mais elevada do distrito e, por isso, não foi invadida pela água. Mesmo assim, as aulas foram prejudicadas.

A escola ficou fechada por um dia, durante a limpeza das ruas e, até esta quarta (23), mais de 20 alunos não retornaram por causa das pontes que caíram e estradas que estavam intransitáveis. Na enchente, a escola virou ponto de apoio para a comunidade.

"Oferecemos um almoço comunitário, nos dois dias posteriores a enchente. Então a gente preparou o almoço para cerca de 80 pessoas na quarta, e 30 pessoas na quita", explicou a diretora da Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Alarico José de Lima, Rosiane Pereira Lima.

Sonho de Thiago Barbosa, menino que chorou ao perder materiais escolares na chuva, é ser policial e dar casa para a mãe — Foto: Reprodução/TV Gazeta

Aos poucos voltando à normalidade, a população de Guararema vê a história de Thiago como exemplo de superação a partir da educação.

"A educação é importante a partir do momento que a gente orienta os nossos alunos a serem solidários, a contribuírem, a fazerem a parte deles. Então, a partir do momento em que a escola está inserida em um momento tão difícil, a gente trabalha com nossos alunos a melhor maneira possível deles ajudarem", falou a diretora.

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