Educação Financeira

Por Alexandro Martello, G1 — Brasília


O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, afirmou nesta segunda-feira (14), durante a abertura da 5ª Semana Nacional de Educação Financeira, em Brasília, que a melhoria dos níveis de educação financeira da população tem "efeitos macroeconômicos de grande importância".

Segundo ele, ao também aumentar a propensão do cidadão a poupar, a educação financeira gera "externalidades positivas" para o desenvolvimento econômico do país e para o bem-estar da população.

"Uma melhor educação financeira implica uma demanda e uso mais responsável e adequado do crédito, um menor risco de endividamento excessivo e, portanto, uma menor inadimplência", afirmou Goldfajn.

BC faz semana nacional de educação financeira

BC faz semana nacional de educação financeira

Pesquisa do BC

Fábio Coelho, diretor-superintendente da Previc e presidente do Comitê Nacional de Educação Financeira (Conef), observou que pesquisa do BC, em parceria com a Serasa e o Ibope, identificou que 56% dos entrevistados assumiram não fazer orçamento doméstico familiar, enquanto 69% afirmaram não ter poupado nenhuma parte de sua renda nos últimos 12 meses.

"O cartão de crédito [que tem os juros mais altos do mercado no caso de inadimplência] é o principal produto financeiro utilizado pelo brasileiro e, na sequência, o carnê de lojas", afirmou ele.

De acordo com Coelho, a pesquisa apontou que os carnês de loja passaram a ser mais utilizados durante a crise financeira porque os consumidores tinham atingido o limite do cartão de crédito.

Base nacional de educação

O presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, lembrou que, em 2017, o Ministério da Educação homologou o texto da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para o Ensino Fundamental, que incorporou referências à educação financeira, especialmente quanto à gestão de finanças pessoais e à educação para o consumo e, também, à educação econômica.

Segundo ele, a educação financeira pode ser ensinada, por exemplo, como habilidade a ser adquirida pelo estudante, a capacidade de “Ler e compreender, com autonomia, boletos, faturas e carnês” e “compreender as formas de persuasão do discurso publicitário, o apelo ao consumo”.

Goldfajn lembrou que a Base Nacional Comum Curricular para o Ensino Médio está sendo construída e em breve será também submetida a audiências públicas. "Defenderemos, mais uma vez, a inserção da educação financeira em seu texto, e esperamos contar com vocês nesse processo", acrescentou.

Canais eletrônicos

O presidente do Banco Central também disse que os brasileiros têm usado cada vez mais os canais eletrônicos para realizar transações, como o internet banking e, especialmente, a telefonia móvel.

"Cartões de crédito e de débito continuam substituindo os pagamentos em espécie e, em larga escala, os cheques. Mais recentemente, a inovação tecnológica tem propiciado o surgimento de novas instituições, as chamadas fintechs, com um novo perfil de atendimento e provendo, de forma inovadora, serviços financeiros por meios eletrônicos", acrescentou.

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