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MEC confirma Alexandre Lopes como novo presidente do Inep

Ele assume no lugar de Elmer Vicenzi, demitido com menos de um mês no cargo
O novo presidente do Inep, Alexandre Lopes Foto: Divulgação
O novo presidente do Inep, Alexandre Lopes Foto: Divulgação

BRASÍLIA - O Ministério da Educação (MEC) confirmou na manhã desta sexta-feira que Alexandre Ribeiro Pereira Lopes será o novo presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira ( Inep ), órgão responsável pelo Enem . Ele assume no lugar de Elmer Vicenzi, demitido nessa quinta-feira  menos de um mês após assumir o cargo. O GLOBO tinha informado que Lopes deveria ser o indicado do ministro Abraham Weintraub para a função.

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O novo presidente do Inep era diretor legislativo na Secretaria Executiva da Casa Civil da Presidência da República, mesmo local em que o ministro trabalhou antes de assumir seu posto atual. Ele é servidor público federal de carreira na área de comércio exterior, formado em Engenharia Química pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Direito pela Universidade de Brasília (UnB).

Lopes chegou à equipe de transição do governo Bolsonaro na reta final dos trabalhos, vindo do Governo do Distrito Federal (GDF). Ele estava lotado na Casa Civil do governador Rodrigo Rollemberg (PSB), que perdeu a reeleição para Ibaneis (MDB). Antes dessa função, foi adjunto de Gestão Administrativa no GDF.

Na pasta de Gestão Administrativa, Lopes era adjunto de Antonio Paulo Vogel, atual secretário-executivo do MEC. Vogel é o principal avalista da entrada de Lopes na cúpula da Educação. Os dois são funcionários de carreira e atuaram juntos no governo Bolsonaro na Casa Civil, onde se aproximaram de Weintraub. O novo presidente do Inep é apontado como experiente em gestão pública.

Lopes será o terceiro nome escolhido pelo governo Bolsonaro a assumir a presidência do Inep, órgão que é responsável pelo Enem. A exoneração de Vicenzi ocorreu depois de uma desavença com a Consultoria Jurídica do Inep, que desaconselhou o acesso, por parte do MEC, a dados pessoais de alunos para emissão de uma carteirinha estudantil que o governo pretende lançar.

O documento interno, ao qual O GLOBO teve acesso, apontou que a utilização dos dados era ilegal. O parecer foi uma resposta a um pedido do MEC para usar dados do Censo da Educação Superior para emissão de carteirinha digital. O objetivo é retirar o poder de entidades como União Nacional dos Estudantes (UNE), que têm nesse serviço sua principal fonte de receita.

Embora Vicenzi estivesse, nesta questão específica dos dados para a carteirinha estudantil, sintonizado com o ministro Weintraub, a briga com a Consultoria Jurídica levou à exoneração. Os advogados da Consultoria ameaçavam deixar seus postos diante da pressão. Weintraub já estava descontente com o rendimento de Vicenzi na autarquia por outros motivos e foi convencido a fazer a troca.