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Por G1 — São Paulo


Ministro da Educação, Rossieli Soares, durante a divulgação do Censo da Educação Superior 2017, nesta quinta-feira (20) em Brasília — Foto: Divulgação/MEC/Mariana Leal

O Ministério da Educação anunciou, nesta quinta-feira (20), a criação de um sistema informatizado para selecionar estudantes interessados em ocupar vagas remanescentes nas universidades federais. Inspirado no Sistema de Seleção Unificado (Sisu), o programa foi batizado de Sisu Transferência.

Ao G1, a assessoria de imprensa do MEC afirmou que o sistema será preparado ainda neste ano e estará pronto para implementação no próximo governo, a partir do ano que vem.

Mas detalhes sobre as regras de funcionamento e se ele entrará em vigor no primeiro ou no segundo semestre ainda não estão definidos. Ainda de acordo com o MEC, a Secretaria de Educação Superior (Sesu) vai consultar a equipe técnica do ministério e as instituições de ensino superior.

Pelo Sisu, a adesão das universidades não é obrigatória e o sistema oferece flexibilidade para que cada instituição decida quantas vagas vai oferecer e que critérios de seleção vai aplicar, como quantidade de vagas reservadas para cotas e exigência de notas mínimas dos estudantes.

Quase 3 milhões de vagas não ocupadas

O anúncio foi feito durante a divulgação do Censo da Educação Superior de 2017, que registrou um total de 2,8 milhões de vagas remanescentes no ensino superior brasileiro, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Dessas, o Inep destacou que a maior parte está nas universidades privadas. Mas o total de vagas remanescentes nas universidades públicas chegou a 164 mil no ano passado.

"Estas vagas ociosas representam um verdadeiro desperdício de dinheiro público, que vem sendo acumuladas há anos. Com certeza, temos muitos estudantes que sonham em estudar em uma universidade pública, mesmo tendo algum tipo de bolsa ou financiamento em instituição privada", disse o ministro da Educação, Rossieli Soares, durante entrevista a jornalistas nesta quinta.

O Inep informou ainda que dois motivos respondem pelo aumento das vagas remanescentes: "a alta taxa de desistência nos cursos de graduação, principalmente em cursos de licenciatura", e o Sisu – o sistema, criado em 2009, permite que pessoas de todo o país disputem vagas nas universidades federais. Segundo o Inep, "o que por um lado promove o acesso, por outro pode estar aumentando o abandono dos cursos quando o mesmo estudante consegue uma opção que considera mais adequada".

O órgão lembrou ainda que cerca de 20% dos 329 mil estudantes que ingressaram no ensino superior nas instituições federais fez o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) novamente depois de se matricular na carreira.

Para Carlos Eduardo Moreno Sampaio, diretor de Estatísticas Educacionais do Inep, "Essa é uma evidência de que esses alunos buscam mudar de curso ou instituição, fenômeno que potencializa a desistência do curso e a criação de mais vagas remanescentes".

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