Matrículas na educação básica sobem na rede particular, mas caem na pública

A rede privada registrou um crescimento no número de matrículas para 9 milhões no ano passado —um aumento de 10,6% em comparação com 2021.

Já nas escolas públicas, o número caiu 150 mil (em 2022, foram 38,3 milhões). A queda principal foi registrada nas turmas dos anos iniciais (1º ao 5º ano).

Os dados são do Censo Escolar 2022, divulgados hoje pelo Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais).

O número de matrículas da educação básica em todo país aumentou 1,5% em comparação com 2021, considerando as escolas públicas e privadas. Elas são referentes às turmas da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio.

Em 2022, a rede privada chegou perto dos patamares pré-pandemia, segundo Carlos Moreno, diretor de Estatísticas Educacionais do Inep. Em 2019, por exemplo, os colégios particulares registraram 9,1 milhões de matrículas.

Moreno diz que não se preocupa com a diminuição, já que o número de alunos matriculados por faixa etária está acima de 99%.

Entretanto, ele também destacou dados do IBGE do ano passado que mostram que mais de um milhão de crianças e jovens entre 4 e 17 anos estão fora da escola.

Em relação às matrículas nas creches, o índice ficou em 36%. O PNE (Plano Nacional de Educação) prevê que, até 2024, o país alcance 50% das crianças de até 3 anos.

Apesar de ter ocorrido aumento nas creches, ainda estamos longe de garantir 50%, que é o que diz o Plano de Educação. Estudos mostram, no entanto, que as demandas por creche não chegam a 42%. É uma discussão que precisamos fazer."
Camilo Santana, ministro da Educação

Censo Escolar é a principal pesquisa estatística educacional brasileira. Realizada anualmente, traz dados das escolas públicas e privadas do país. As informações são usadas, inclusive, no cálculo do Fundeb, principalmente mecanismo de financiamento da educação básica.

Antes de iniciar a coletiva, Camilo elogiou o trabalho feito pelo Inep —durante o governo Bolsonaro (PL), o instituto passou por uma série de problemas e enfrentou a pior crise do órgão.

Nenhuma política pública existe com êxito se ela não for planejada e se não tiver informações. E a informação que o Inep presta ao povo brasileiro e ao MEC [Ministério da Educação] é essencial para apresentarmos e construirmos as políticas públicas."