Por G1 SC e NSC TV


Mario Sergio Cortella debate os novos desafios da educação

Mario Sergio Cortella debate os novos desafios da educação

A troca de aprendizados entre professores e estudantes no uso da tecnologia durante o ensino remoto com a suspensão de aulas presenciais por causa da pandemia pode trazer proveitos para a educação, segundo apontou o filósofo e educador Mario Sergio Cortella em entrevista ao Bom Dia Santa Catarina desta terça-feira (8).

Ele falou sobre os desafios do retorno da educação presencial em Santa Catarina e disse que mesmo que a educação remota tenha trazido prejuízo aos alunos, ela deve promover mudanças para as retomadas das atividades presenciais, mas que é necessário cautela para o retorno.

"'A inteligência nossa neste momento terá de ser muito maior do que está sendo. E não é um problema só de governo, é especialmente de governo porque foi eleito para isso, é a comunidade que tem que juntar forças para que [o retorno] seja feito de modo protetivo e não apenas de modo voluntarioso. Cautela, é necessário aquilo que os trens de antigamente de cruzar os trilhos traziam que é: 'Pare, olhe, escute!'", disse.

Assim como muitos educadores têm apontado e especialistas em saúde, a retomada presencial exige cautela, pois envolve outros fatores também, como o transporte coletivo desses estudantes para chegar até a escola. Mas as comunidades devem se envolver para essa retomada segura, que em Santa Catarina está prevista para a partir de 13 de outubro, iniciando pelas séries finais.

Retorno das atividades nas escolas de SC será em etapas

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Cortella acredita que a nova rotina presencial deve trazer mais valorização dos professores, pois as famílias estão percebendo que os filhos precisam de um local com especialistas, que os pais não dão conta de tudo.

"A questão é que embora eu possa aprender virtualmente, a escola também oferece alimento, ela é um território de convivência, é onde as crianças podem relatar as coisas do dia a dia", ressaltou sobre a importância das aulas presenciais da escola.

Ele aponta também as melhorias que precisarão ser feitas, especialmente em relação aos governantes no fomento de políticas públicas para diminuir a desigualdade na educação, que inclui os casos onde alunos têm acesso a materiais e outros não.

"Há algumas camadas da população, que não é mais escolarizada, que demorará para que a compensação aconteça. Essa miserabilidade de algumas famílias têm uma agravante nas relações escolares. Hoje, ele não sabe fazer pois também não é escolarizado. Agora que nós vimos, precisamos resolver", afirmou.

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