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Por Jornal Nacional


Censo Escolar 2021 revela impacto da pandemia nas educação

Censo Escolar 2021 revela impacto da pandemia nas educação

O Censo Escolar brasileiro apresentou ao país um retrato dos efeitos da pandemia no ensino infantil e no fundamental.

Mais de 650 mil crianças de até 5 anos saíram da escola de 2019 até 2021. Só nas creches privadas, as matrículas caíram 21% e muitos pais que foram buscar vaga no setor público não encontraram. No ano passado, de cada 100 vagas em creches públicas, duas deixaram de existir.

O Censo mostrou também que no ano passado, em comparação com 2020, as escolas particulares perderam mais de 234 mil alunos do ensino fundamental, enquanto as escolas públicas registraram um aumento de apenas 31 mil novos alunos.

Segundo especialistas, essa diferença está relacionada à pandemia, à crise econômica e, em parte, ao número de alunos formados na rede particular. Na avaliação da presidente do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, esse quadro representa um retrocesso do país para um patamar do início dos anos 2000.

“Nós estamos falando aí de 20 anos de atraso, vamos dizer. Então, a gente tem que olhar, sim, com preocupação para esses números. Principalmente nas etapas onde havia havido avanços importantes”, afirma Anna Helena Altenfelder, presidente do Cenpec.

O Censo Escolar trouxe números mais positivos no caso do ensino médio. No ano passado, em comparação com 2020, as matrículas nesta etapa escolar cresceram, na média, quase 3%.

Segundo o Inep, responsável pelo Censo, esse aumento pode ser explicado porque o Conselho Nacional de Educação permitiu, durante a pandemia, diluir em dois anos o conteúdo que deveria ser ministrado em um ano letivo, o que reduziu o número de reprovações, que muitas vezes desestimulam os alunos a seguir na escola.

O Censo traz destaque especial para o ensino médio em tempo integral, quando o aluno dedica ao menos sete horas do dia às atividades. Somente na rede pública, o número de alunos em tempo integral ultrapassou 16% no ano passado.

Sara está nesse grupo. Mesmo estudando a maior parte do tempo em casa por causa da pandemia, ela teve apoio e acompanhamento para aprender línguas estrangeiras e desenvolver projetos na área de informática.

“Me possibilitou muitas coisas que eu sei que eu não teria acesso se eu tivesse ido para a escola, para o ensino médio regular. E eu participei de projetos com pessoas que eu não sei se eu conheceria se eu tivesse ido para a escola que as minhas irmãs foram”, diz Sara Lima Gaspar, de 17 anos.

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