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Maioria dos alunos de países da OEI voltam às aulas, mas de forma desigual

Os estudantes puderam regressar às aulas presenciais em 70% dos 23 países que compõem a organização - Getty Images
Os estudantes puderam regressar às aulas presenciais em 70% dos 23 países que compõem a organização Imagem: Getty Images

13/05/2021 18h15

Madri, 13 mai (EFE).- Os estudantes já voltaram às aulas em cerca de 70% dos países que compõem a Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) após a suspensão das aulas presenciais devido à pandemia, mas em alguns deles é necessário seguir avançando para restabelecer a normalidade na educação.

Esta foi uma das conclusões do colóquio realizado nesta quinta-feira em Madri sobre "Oportunidades de cooperação educacional na Ibero-América", no qual participaram o secretário-geral da OEI, Mariano Jabonero; a ministra da Educação espanhola, Isabel Celaá; e a presidente da Agência Efe, Gabriela Cañas.

Jabonero comentou que, de uma forma ou de outra, os estudantes puderam regressar às aulas presenciais em 70% dos 23 países que compõem a organização, embora alguns ainda não tenham feito tantos progressos como seria desejável neste regresso às escolas.

Nesse sentido, o secretário-geral da OEI defendeu que a sala de aula deve ser um espaço seguro e saudável para recuperar a normalidade quebrada pela pandemia da Covid-19.

Jabonero advertiu também que a lacuna digital já existia antes da pandemia, mas aumentou agora em áreas como a educação, prejudicando especialmente os mais vulneráveis, que na América Latina tendem a ser pessoas pobres que vivem em zonas rurais ou subúrbios de grandes cidades e povos indígenas.

De acordo com dados da OEI, quase 180 milhões de crianças e jovens destes países estavam confinados desde que a pandemia se propagou em março do ano passado, muitos deles sem acesso à Internet, uma vez que cerca de 42 milhões de lares carecem de conectividade.

Esse cenário de exclusão digital aumentou o risco de abandono escolar, uma vez que os alunos não podiam sequer seguir as aulas online, e a OEI estima em cerca de 17 milhões o número total de estudantes que podem ter abandonado a escola.

Daí a necessidade, segundo Jabonero, de "comprometer-se com um futuro mais transformador e inovador", que promova uma maior equidade em áreas como a educação, com progressos em questões como a digitalização, a formação profissional, que é muito procurada nestes países, e a melhoria da governança e eficiência dos sistemas educativos.

Outro tema de debate foi a diferença de gênero, uma vez que dois em cada três estudantes que abandonam o ensino médio nestes países são meninas.

Por sua parte, a ministra espanhola e a presidente da Agência Efe concordaram em destacar questões como a maior consciência que a sociedade adquiriu da importância de serviços como a saúde e a educação devido à pandemia, e o valor do conhecimento e da inovação para alcançar avanços sociais que reduzam problemas como a desigualdade.

A OEI é constituída por Andorra, Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Chile, República Dominicana, Equador, El Salvador, Espanha, Guatemala, Guiné Equatorial, Honduras, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, Uruguai e Venezuela.