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Maia pede adiamento do Enem e diz que Bolsonaro se 'sensibilizou' à demanda

Ministro da Educação disse a senadores no início deste mês que não quer o adiamento e que prova 'não existe para fazer justiça social'
Fechamento das escolas pela Covid-19 mobiliza debate em torno do Enem Foto: FramePhoto
Fechamento das escolas pela Covid-19 mobiliza debate em torno do Enem Foto: FramePhoto

BRASÍLIA - Após visitar o Palácio do Planalto na tarde desta quinta-feira e conversar com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o chefe do Executivo prometeu avaliar um adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) deste ano . Segundo Maia, Bolsonaro "ficou muito sensível" à demanda.

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- Outro pleito que fiz ao presidente, e que ele ficou de avaliar, disse que era muito importante e que havia uma demanda muito grande da Câmara é o adiamento do Enem. Ele ficou muito sensível, ficou de avaliar e dar uma resposta. Eu acho que esse tema está sendo muito demandado e acho melhor uma decisão que passe pelo presidente em diálogo com o Parlamento do que uma decisão do Parlamento de suspender por lei ou por um decreto legislativo a decisão do governo de não adiar, até o momento, as provas do Enem - disse Maia.

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O pedido para adiar o exame, que é usado como método de ingresso em diversas universidades do país, tem sido repetido tanto na Câmara quanto no Senado. Recentemente, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, participou de uma reunião de líderes do Senado a convite do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP) para que os senadores pudessem apresentar suas preocupações.

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Os líderes reclamaram da postura do ministro, que chegou a dizer que o Enem "não é para fazer justiça social" , mas aceitou voltar a discutir o tema em julho. Desde então, em praticamente todas as sessões, os senadores reforçam o pedido de adiamento do exame.

Os parlamentares têm destacado a dificuldade que diversos alunos pelo país têm de continuar as aulas e se preparar para o exame durante a pandemia por diversas dificuldades geradas pela desigualdade social, como o acesso a internet, por exemplo. Deputados já apresentaram um projeto de decreto legislativo para suspender a prova neste ano e, no Senado, há um projeto de lei que adia as provas neste ano.