O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira que as universidades saírão das trevas, em referência à turbulência vivida pelas instituições durante o governo de Jair Bolsonaro. Em encontro com reitores no Palácio do Planalto, Lula se comprometeu a respeitar a autonomia das universidades e retomar investimentos no ensino superior.
– Eu tenho orgulho de ter vivido um momento em que a gente mais acreditou na educação. O momento que a gente mais investiu em ciência e tecnologia, em educação universitária, investiu no ensino fundamental, ensino médio e nos institutos federais. Por uma única razão: é que não existe na história da humanidade nenhum país que conseguiu se desenvolver sem que antes tivesse resolvido o problema na formação do seu povo – disse Lula aos reitores, acrescentando:
– Então, nós estamos começando um novo momento. Eu sei do obscurantismo que vocês viveram nesses últimos 4 anos e eu quero dizer que estamos saindo das trevas para voltar à luminosidade de um novo tempo.
Durante o discurso, o presidente se referiu a Jair Bolsonaro como "coisa" e criticou a postura beligerante adotada pelo governo anterior no trato com as universidades.
– Precisam saber que o encontro com vocês é o encontro da civilização. Eu nunca consegui compreender qual era a dificuldade de um presidente da República tinha de se encontrar com reitores uma vez por ano – disse Lula.
O ministro da Educação, Camilo Santana, afirmou que o presidente nomeará os reitores escolhidos pela comunidade acadêmica, o que foi endossado por Lula. Durante o governo de Jair Bolsonaro, o então presidente quebrou a tradição de respeitar a escolha das universidades e nomear os nomes indicados em primeiro lugar.
— Quero que vocês saibam que a autonomia universitária será garantida nesse mandato nosso inteiro. Vocês vão ter o direito de ser responsáveis, porque quem é eleito para ser reitor, é gostoso ser eleito, mas também deve ser gostoso ter responsabilidade com o dinheiro da universidade, com a administração da universidade e com o zelo pela universidade. Portanto, não pensem que o Lula vai escolher o reitor que ele gosta. Quem tem que gostar do reitor são os professores da universidade, a comunidade universitária que tem que saber quem é que pode administrar bem por eles — afirmou Lula.