Lula afirma que governo vai criar bolsa para 'incentivar' estudantes de Ensino Médio

Presidente afirmou que adolescentes não veem 'utilidade' em estudar


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva Cristiano Mariz/Agência O Globo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou nesta sexta-feira que o governo federal vai criar um programa de bolsas para incentivar que alunos fiquem no Ensino Médio. De acordo com o chefe do Executivo, atualmente os adolescentes não veem "utilidade" na escola.

— Nós vamos criar um fundo de investimento para as crianças no Ensino Médio. Vamos criar uma bolsa para que os alunos se sintam incentivados a não desistir da escola, que é a maior desistência. Porque o jovem vai no Ensino Médio e não vê utilidade. Nós queremos dar utilidade — afirmou Lula, em café com jornalistas.

Para o presidente, a medida é necessária para o Brasil "melhorar de vida":

— Nós queremos que esse jovem esteja motivado a ir para o Ensino Médio e entrar em uma universidade ou instituto federal para se autoqualificar, para esse país melhorar de vida.

O ministro da Educação, Camilo Santana, já havia anunciado a intenção de criar a bolsa. No início de outubro, o diretor de Políticas e Diretrizes da Educação Integral Básica da pasta, Alexsandro do Nascimento, afirmou que a proposta está em fase de "finalização".

— Estamos em fase de finalização, não sei se enviamos na semana que vem, mas já está bastante avançado — disse Nascimento, ao participar de um seminário sobre evasão escolar. — A ideia é estimular a frequência e a conclusão, mas os parâmetros estão sendo discutidos com a equipe econômica e com a Casa Civil.

Segundo o diretor, o programa que será proposto segue o modelo criado em Alagoas. Desde 2021, o estado mantém o programa Cartão Escola 10, com pagamento de R$ 150 por mês para os alunos continuarem no ensino médio de tempo integral.

Nesta semana, o governo enviou ao Congresso também o projeto de lei do Novo Ensino Médio. O projeto é uma versão reformulada, após o primeiro texto ser alvo de críticas de secretários de Educação, estudantes e entidades do setor. O texto prevê carga horária maior para disciplinas como Português e Matemática, a manutenção de quatro áreas de aprofundamento, e inclusão da Língua Espanhola como obrigatória. Mas deve enfrentar novas resistências de parlamentares.

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