Eleições 2018 na Paraíba

Por G1 PB


Lucélio Cartaxo (PV) em entrevista ao G1, nesta quarta-feira (12) — Foto: Reprodução/G1

Lucélio Cartaxo, candidato a governador da Paraíba pelo PV, prometeu levar as escolas bilíngues para todo a Paraíba, em entrevista ao portal G1. Segundo ele, as escolas com essas características já existe em João Pessoa e Campina Grande e deve chegar, caso eleito, em outras cidades.

Segundo o candidato, no mundo competitivo e globalizado de hoje, é preciso buscar uma segunda língua, para buscar uma vaga no mercado de trabalho. “Para que a gente possa oferecer a mesma condição que tem um filho do rico e o filho do pobre também possa ter nas escolas municipais e estaduais”, declarou.

Ainda falando sobre educação, o candidato Lucélio Cartaxo disse que pretende manter o programa Gira Mundo, que visa proporcionar ao alunos do ensino médio a oportunidade do desenvolvimento linguístico e interação com outras culturas em outros países.

“Aquilo que está funcionando bem, nós vamos manter. Não tem porque tirar um programa que está dando certo. Vamos investir sim porque é importante que a gente possa garantir o funcionamento geral”, enfatizou.

Além disso, Luciano Cartaxo destacou que pretende inovar o programa Gira Mundo, com a criação de uma vertente com relação ao esporte e à cultura, para que todas as pessoas possam ter a oportunidade do acesso.

Candidato ao governo da Paraíba Lucélio Cartaxo (PV) é entrevistado pelo G1

Candidato ao governo da Paraíba Lucélio Cartaxo (PV) é entrevistado pelo G1

Entrevista na íntegra

G1 - O senhor promete intensificar o policiamento entre a Paraíba e os estados vizinhos, Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco, inibindo o tráfico de drogas e ação de quadrilhas. O acompanhamento, de acordo com o programa, será feito com viaturas e videomonitoramento. Na prática, são as rondas que já são feitas, e o uso de câmeras. Explica pra gente como é que vai funcionar realmente isso?

Lucélio Cartaxo - Na verdade, esse programa se chama Caminho Segurp. Existia antes na cidade de João Pessoa e na Paraíba de modo geral, que era exatamente a Operação Manzuá. Só que naquele tempo não tinha o uso da tecnologia como existe hoje para todo nós. Vamos associar a questão da tecnologia, porque não dá para Paraíba hoje continuar do jeito que está, ou seja, uma verdadeira porteira aberta. Não é uma retomada da Manzuá, mas é algo mais atualizado com os dias de hoje, com o uso da tecnologia. Porque não dá mais pra a gente ter as nossas divisas, com o Ceará, com o Rio Grande do Norte, com Pernambuco, com as pessoas entrando sem ter uma única fiscalização. Ou seja, uma porteira aberta onde as pessoas entram com droga, com armamentos pesados, inclusive, porque o que está acontecendo na Paraíba é exatamente isso hoje em relação à segurança pública. Então vamos fazer esse investimento criando esse programa Caminho Seguro para que a gente possa manter as nossas divisas com policiamento para que a gente possa garantir uma segurança melhor para o nosso estado.

Pergunta da internauta Bruna Cairo - Como você vai incentivar a produção cultural aqui na Paraíba?

Lucélio Cartaxo - Primeiro agradecer a sua participação e dizer que a cultura é fundamental na vida do estado. O estado que não investe em cultura, ele não está preparado para enfrentar o futuro. Claro que, evidentemente, nós vamos ter sempre um investimento muito forte na saúde, na educação, fazer o que a gente possa ter na infraestrutura urbana, mas eu não abro mão de fazer investimento na cultura. E é importante que a gente possa ter, primeiro a cultura de eventos, como é o maior São João de Campina Grande, o Maior São João do Mundo. Um evento que faz com que a Paraíba seja uma referência no Brasil inteiro, através de um evento que traz dois milhões e meio de pessoas durante os 30 dias, um evento onde mais de R$ 2 bilhões são investidos na economia do nosso estado. Então é importante que a gente possa esquecer as divergências políticas e tratar esse evento como forma de desenvolver a nossa cultura. Só pra concluir a questão do São João de Campina Grande, que é fundamental que a gente possa fazer parcerias porque ali está a nossa identidade cultural, fortalecimento das nossas raízes. O outro ponto importante que você coloca muito bem, eu iria chegar nele, é exatamente fazer com que o governo, o nosso governo, posso fazer novamente o investimento no fundo de cultura do nosso estado, que hoje está praticamente abandonado. Isso é importante para que a pequena produção, a pequena produção entre aspas, porque toda produção cultural é muito importante para o estado, possa ter um incentivo novamente do FIC, que está praticamente paralisado. Nós temos aqui também a questão do audiovisual, que a Paraíba é muito rica nisso também. Nós temos aqui também um momento importante que é fazer com que, o estado da Paraíba tem 14 Centros Históricos, 14 regiões, que a gente possa revitalizar, e mais do que realizar, fazer a ocupação com a cultura. João Pessoa hoje tem o AnimaCentro, que é um evento importante, que faz com que todas as atividades culturais possam estar presentes sexta, sábado e domingo no Centro Histórico, de janeiro a dezembro, ou seja, o ano inteiro.

Pergunta da internauta Marty Souza - O que o candidato pretende fazer em prol da saúde do estado? Sou trabalhadora da área de saúde e queria saber das melhorias tanto para a população como para os servidores.

Pergunta do internauta Valmir de Sousa - O candidato pretende manter a gestão das unidades hospitalares com as organizações sociais?

Lucélio Cartaxo - Em relação à primeira pergunta, ao primeiro questionamento, nós entendemos que a saúde tem que ser uma saúde mais próxima da população. Não dá mais para a gente concentrar os equipamentos de saúde, bem como os profissionais de saúde, em João Pessoa e em Campina Grande. A gente não pode ter esse fluxo de pessoas para cima e para baixo nas BR para ser atendido em João Pessoa e em Campina Grande. Por isso que nós estamos com uma proposta de fazer o Hospital de Trauma do Sertão, que vai possibilitar aquelas pessoas poderem ser atendidas na sua região, se não na sua cidade, na sua região. Outro ponto importante é a gente fazer que os hospitais regionais possam cumprir com seu papel, importante para que as cirurgias eletivas possam ser realizadas. Ou seja, as pessoas só procurarem os grandes centros em uma necessidade que não tenha condição nenhuma de ser atendido na sua região, mas no nosso entendimento, nós vamos investir para ter uma saúde mais próxima da população, através também das UTIs Neonatal. Há quinze, vinte dias atrás nós tivemos um fato lamentável na Paraíba. Uma mãe que teve seu filho na cidade de Cajazeiras, que precisou chegar em João Pessoa e que infelizmente no meio do caminho a criança faleceu. Iremos investir em UTI Neonatal e fazer também com que a gente possa realizar a Casa Mãe Bebê, que vai ser inaugurado no próximo mês na cidade João Pessoa, que tem um custo muito baixo, mas com o alcance social muito grande. O que é essa Casa Mãe Bebê? É exatamente fazer com que aquela mãe que tem o seu filho e que ele não pode ser levado por algum motivo de imediato para casa, às vezes passa 30, 60, 90 dias dentro de um hospital, precisando ela inclusive de apoio emocional pra atravessar essa dificuldade. Vamos ter, exatamente de frente à Cândida Vargas, vai ter uma Casa Mãe Bebê, que ela vai ter o acompanhamento médico, psicológico e assistência social para atravessar aquele momento, e levar seu filho para casa. Aonde tiver maternidade no interior do estado nós iremos levar a Casa Mãe Bebê, que é um investimento barato, de menos de R$ 400 mil.

A terceirização dos hospitais, o governo atual tem dois mecanismos com dois hospitais que fazem o mesmo serviço. O Hospital de Trauma de João Pessoa tem exatamente um serviço terceirizado, o Hospital de Trauma de Campina Grande não tem. Como governador do Estado nós queremos um governo que tenha uma atenção especial e eficiente com a saúde. Vamos pesar porque tem duas realizações diferentes e qual o custo entre o atendimento de quem faz terceirizado e o custo como próprio estado faz. Aquele que oferecer melhores condições, com mais eficiência para o cidadão, é o que nós iremos manter.

Pergunta do internauta José Paulo Souto - Gostaria de saber se o candidato está ciente e comprometido com a convocação de todos os habilitados nas etapas do último concurso da PM.

Pergunta do internauta Renato Martins - Queria saber se o candidato pretende dar igualdade salarial entre ativos e inativos da PM e se acha correto um policial ganhar R$ 6 por hora no serviço extra.

Lucélio Cartaxo - Primeiro dizer que em relação à segurança pública, nós vemos investir por uma questão simples. A Paraíba hoje elegeu como o tema principal para janeiro de 2019, para qualquer governador que seja eleito, a prioridade de segurança pública, e isso não vem por acaso. Nós temos a saúde, a educação, a infraestrutura urbana, mas todas as pesquisas que foram realizados no estado da Paraíba, dá em primeiro lugar segurança pública. Portanto será prioridade no nosso governo. Claro que é importante que a gente tenha associado isso à valorização profissional, dar as condições para que as pessoas possam poder trabalhar de forma digna. E existe hoje no estado da Paraíba uma bolsa que foi criada em relação não só a segurança pública, mas aos professores também, é a bolsa desempenho, em que o cidadão que trabalha a sua vida inteira na ativa e, quando vai se aposentar, eles perdem 40% do seu salário. Eu vou resolver isso como governador, em um ano, em dois anos, todos esses déficit que existem há oito anos? Provavelmente não, mas vamos fazer exatamente um trabalho em relação às finanças do estado, para que a gente possa fazer de forma progressiva essa correção, para que o cidadão perceba que quando chegar a sua aposentadoria, no momento que mais precisa para comprar o seu medicamento, para ter uma alimentação diferenciada, ele estará sim com seu salário integral, de forma progressiva. E aqueles que fizeram concurso público também serão convocados, até porque concurso público não é para se brincar. Não se pode fazer concurso público em época de eleição e depois que passar ou ser chamado a conta-gotas ou, o que é pior, nem a conta-gotas ser chamado. Então o nosso governo prezará pela realização de concurso público de investimento convocando aquelas pessoas que se dedicaram, que queimaram as pestanas, e que passaram no concurso.

Pergunta do internauta Paulo Gustavo - Você pretende ampliar os países de destino do programa Gira Mundo?

Lucélio Cartaxo - Eu queria lhe dizer que a nossa forma de fazer política é exatamente assim, aquilo que está funcionando bem, nós vamos manter, não tem porque tirar um programa que está dando certo. Nós vamos investir sim porque é importante que a gente possa garantir o funcionamento do Gira Mundo e até fazer inovação. Nós vamos criar um Giramundo também em relação ao esporte e em relação à cultura para que as pessoas possam ter a oportunidade de ter acesso. Vamos fazer também, em relação à educação, que é o que transforma a vida de um cidadão, as experiências que existem em Campina Grande bem como em João Pessoa em relação à escola bilíngue, que a gente possa levar para o estado da Paraíba como um todo, porque no mundo competitivo e globalizado como se tem hoje para buscar o mercado de trabalho, é fundamental o acesso à segunda língua, seja ao espanhol ou ao inglês, para que a gente possa oferecer a mesma condição que tem um filho do rico, o filho do pobre também possa ter nas escolas municipais e estaduais.

Pergunta do internauta Igor Ferreira - Caso eleito, o senhor pretende realizar novos concursos no estado para suprir o déficit de efetivos e nomear de imediato os aprovados? Que tipo de concurso e para que áreas?

Lucélio Cartaxo - Primeiro nós vamos ver a validade desses concursos públicos. Não tem sentido, por exemplo, você ter um concurso público onde as pessoas estudaram, passaram, e ele está invalidado, você fazer um novo concurso para mesma área. Não, seria um desrespeito com as pessoas que realizaram e passaram nesse concurso público. A segurança pública, sem sombra de dúvida, pelo que está se passando o estado da Paraíba, será necessário que a gente possa fazer esse concurso público. Outra área importante é exatamente a Procuradoria do Estado da Paraíba. São 10 anos que não tem concurso público na procuradoria, e a procuradoria tem um papel importante numa gestão, principalmente quando a gente leva em consideração a transparência pública. Então vamos fazer de forma escalonada, de forma progressiva, mas de forma planejada para que as pessoas que fazem o concurso público possam efetivamente serem convocadas. Não vamos brincar de fazer concurso público, brincando com o dia a dia das pessoas.

Pergunta do internauta Neto Ferreira - Quais as propostas para retirar a UEPB da situação em que se encontra? A universidade vive uma crise política ou administrativa?

Lucélio Cartaxo - Você coloca um ponto fundamental em relação à educação do nosso estado, especificamente, à UEPB. Eu fui o primeiro candidato a visitar a atual gestão da UEPB por entender que a nossa forma de fazer política vai levar a educação como ciclo virtuoso, onde vamos cuidar desde o primeiro momento, na primeira infância já através das creches, fazendo parcerias com os municípios, passando pelo ensino fundamental, chegando no ensino médio e chegando até a UEPB, para que a Paraíba eu posso obter os índices que não foram conseguidos, infelizmente, agora. Pela segunda vez consecutiva a Paraíba não consegue ter nota suficiente para atingir as metas do Ideb. A UEPB hoje nós estamos vivendo uma realidade muito difícil. Primeiro estabelecer o diálogo, eu nunca vi ninguém resolver um problema sem sentar numa mesa e dialogar. A UEPB hoje está presente em 8 campi do estado da Paraíba, são 2 mil alunos que se formam durante o ano, 50 cursos que são oferecidos às pessoas. A UEPB hoje, quem passou no vestibular, os feras, como a gente dizia, chegou para se matricular e teve a notícia de que o semestre não iria iniciar. Ou seja, vamos fazer investimento na UEPB para que as pessoas possam ter, sem sombra de dúvida, a UEPB presente em todo estado da Paraíba, restabelecendo inicialmente, o primeiro passo, que é o diálogo.

G1 - O repasse integral, por exemplo, dos valores da UEPB será garantido?

Lucélio Cartaxo - Sim, vamos fazer isso através do diálogo, vamos sentar com a UEPB, mostrando também que vamos cobrar cada vez mais resultado da UEPB. Importante a qualificação dos professores, nós temos professores com mestrado, com doutorado, que tem disponibilidade de fazer em cada vez melhor pela educação do nosso estado. Então vamos oferecer às pessoas, aos pais e às mães, saber que um filho que vai ser nascido na Paraíba, ele vai ter uma educação de ciclo continuado, ou seja, ele vai ter a oportunidade de estudar na escola pública desde o primeiro momento através da educação nas creches até UEPB. Tudo isso sem gastar um único centavo.

Pergunta da internauta Letícia Gomes - Quais são as suas propostas para a juventude?

Lucélio Cartaxo - Primeiro, nós temos em nosso governo um programa chamado Primeiro Negócio, que é exatamente fazer com que os jovens possam ter acesso ao seu emprego. E como fazer isso? Nós temos um programa aqui, que é exatamente o Banco Cidadão, que é um programa de microcrédito que existe na cidade de João Pessoa, onde o microcrédito através do Banco Cidadão vai visitar os bairros e vai também chegar no interior do estado fazendo com que o jovem, primeiro, possa ser capacitado e a partir da capacitação desse jovem ele possa ter acesso ao microcrédito. Depois do microcrédito ele possa estabelecer com seu pequeno negócio e, a partir daí, prosperar e sustentar sua família, tirando o jovem do mundo que existe hoje das drogas, infelizmente, tem atingido uma juventude inteira.

Considerações finais - Então vamos investir, a nossa forma de fazer governo é fazer mais pelas pessoas, é investir em educação, em saúde e procurar fazer com que aquilo que esteja funcionando bem a gente possa manter. Eu tô na vida pública mesmo sabendo que a política hoje não está nada fácil no país, mas acreditando de forma muito forte que ainda é através da política que nós temos como transformar para melhor a vida das pessoas. Iremos fazer isso com diálogo, com o entendimento, sem arrogância e sem prepotência, fazendo parcerias para melhorar a vida de todos vocês. É por isso que estou como candidato e peço essa oportunidade, o seu voto de confiança para trabalhar mais por todos os 223 municípios do nosso estado e por toda a Paraíba. Um forte abraço a todos.

Data das entrevistas

O candidato foi o terceiro dos quatro mais bem posicionados na última pesquisa Ibope, realizada no dia 24 de agosto, a ser entrevistado no G1 por 15 minutos.

A ordem e as regras foram definidas em reunião com a presença dos assessores dos candidatos. Com definição por sorteio, veja a ordem das entrevistas:

•10/09, segunda-feira: Zé Maranhão (MDB)
•11/09, terça-feira: João Azevêdo (PSB)
•12/09, quarta-feira: Lucélio Cartaxo (PV)
•13/09, quinta-feira: Tárcio Teixeira (PSOL)

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