Brasil
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Por Karolini Bandeira — Brasília

Mais da metade dos brasileiros com 25 anos ou mais não chega a concluir a educação básica: são 69,5 milhões de adultos (51,2%), que não concluíram um dos níveis que compreendem o ensino infantil, fundamental e médio. Segundo o IBGE, a maioria dessa parcela não frequenta por precisar trabalhar. Os dados foram apresentados pelo secretário-geral da Fundação Roberto Marinho (FRM), João Alegria, no lançamento do livro Educação em Pauta: Desafios da Educação Básica no Brasil nesta terça-feira. O material produzido por Alegria e outros 24 especialistas diagnostica os problemas da educação básica acentuados pela pandemia da Covid e sugere políticas públicas para as novas gestões estaduais e federal a partir de 2023.

— O Brasil tem hoje cerca de 70 milhões de pessoas que não tiveram o direito à educação básica e mais de 9 milhões que, tendo concluído o ensino fundamental, não prosseguiram para o ensino médio por alguma razão — diz.

O Brasil foi um dos países que manteve as escolas fechadas por mais tempo devido ao vírus, cerca de 260 dias, o que acentuou os desafios para a educação básica. Entre 2019 e o fim de 2021, houve aumento na evasão escolar de 171%. É com esse pano de fundo que o livro foi organizado pela Organização de Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura no Brasil (OEI), no intuito de elencar as prioridades da agenda educacional pós-pandemia.

— A Fundação Roberto Marinho desde sempre tem uma atenção grande para quem está ficando para trás, se atrasando na escola ou saindo da escola. É o público mais vulnerabilizado, e a pandemia acentuou os problemas. Ela aumentou a desigualdade, aumentou a evasão escolar e reduziu o bom aproveitamento na escola. Todo o nosso trabalho se torna valioso quando a gente fala em recompor a aprendizagem — afirma Alegria ao GLOBO.

A obra foi trabalhada por um ano e quatro meses e dividida em quatro partes. O conteúdo vai desde uma análise dos novos e velhos obstáculos da educação à implementação do novo ensino médio e o futuro ensino brasileiro. O desejo do presidente da OEI, Raphael Callou, é que seja usado como apoio para novas decisões do poder público.

— Todo início de gestão é um momento de debate para correção de rumo. O livro aponta que os problemas são velhos e, ao mesmo tempo, contemporâneos. Dentro desse panorama, trazemos uma abordagem muito objetiva sobre possibilidades de resolução na educação básica brasileira — disse ao GLOBO.

Presente no encontro, a presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Mercedes Bustamante, disse que o livro é "um diagnóstico muito bem-vindo" e que será incorporado na Coordenação.

– Estamos em um momento de elaborar um plano nacional de pós-graduação e é importante ter um capítulo forte olhando os desafios da educação básica – afirmou.

Entre os projetos do livro, estão ações de preparo dos estudantes para as mudanças tecnológicas, desenvolvimento de competências digitais, aprimoramento dos sistemas de avaliação nacionais e colaboração entre os entes federativos.

— É um livro que eu recomendo a qualquer estudante de graduação por trazer um panorama dos problemas da educação para além das que estão na mídia — indica Alegria.

A Fundação Roberto Marinho atua há mais de 40 anos com educação, mídia, patrimônio e cultura, desenvolvendo e implementando projetos e programas que já contribuíram para que mais de 1,5 milhão de estudantes concluíssem a educação básica.

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