Lá Vem o Enem 2022

Por Ana Beatriz Rocha, g1 PB


No Bom Dia Paraíba desta segunda-feira (08), o ‘Lá Vem o Enem 2022’ abordou a crise ambiental e seus desdobramentos. — Foto: YUI MOK

No Bom Dia Paraíba desta segunda-feira (08), o ‘Lá Vem o Enem 2022’ abordou a crise ambiental e seus desdobramentos, entre eles as mudanças climáticas e os riscos de um agravamento do efeito estufa. Os assuntos são amplos e podem cair na área de ciências humanas, ciências da natureza, além da possibilidade de utilizá-los como repertório sociocultural na redação.

Não é de hoje que o meio ambiente tem dado sinais de prejuízos irreversíveis, percebendo isso especialistas se empenham em propor diálogos e divulgar as ações humanas, individuais e coletivas, que podem contribuir para a degradação dos ecossistemas.

A reportagem do Lá Vem o Enem buscou entender como acontece as mudanças climáticas e quais as consequências das transformações causadas por ela. De acordo com o professor e pesquisador do Departamento de Geociências da Universidade Federal da Paraíba, Bartolomeu Israel, o que já foi chamado de aquecimento global passou a ser entendido de forma mais ampla

“Inicialmente se falava só em aquecimento, mas depois se generalizou de forma mais ampla, tendo em vista as várias modificações, dentre elas o aquecimento, mas todas elas presentes no contexto das mudanças climáticas”, explica.

As mudanças climáticas são alterações no padrão dominante dos climas no mundo, o que se sabe sobre a circulação das massas de ar que definem o comportamento climático muda e isso pode ocasionar fenômenos diversos. Em alguns lugares pode ficar mais quente, já em outros é possível que fique mais frio. O aquecimento que tem sido registrado, principalmente, de meio século para cá é responsável por alterações mais constantes que o comum.

Lá Vem o Enem: saiba como as mudanças climáticas podem ser abordadas no exame

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Mas de que modo essas mudanças ocasionam eventos extremos, que levam a catástrofes? Esse contexto é refletido pelos relatórios anuais do IPCC, o Painel Intergovernamental de Mudanças Climática, da Organização das Nações Unidas. Os números deste ano atestam que as chuvas fortes no mundo já são 0,3 vezes mais frequentes que e 6,7% mais intensas.

Dados do IPCC atestam que as chuvas fortes no mundo já são 0,3 vezes mais frequentes que e 6,7% mais intensas. — Foto: Reprodução Semob

O aumento de chuvas frequentes e intensas esbarra no desafio da falta de estrutura de muitas cidades. Isso causa transtornos e pode provocar tragédias, seja em termos de vítimas ou perdas materiais, o que prejudica muito a parcela mais vulnerável da população.

Em João Pessoa, um dos pontos impactados por tais prejuízos é a comunidade Porto do Capim, na região central. A reportagem do Lá Vem o Enem conversou com Josinete da Silva, que só escapou dos prejuízos quando tirou, do próprio bolso, recursos para uma reforma na área externa de casa. Antes disso, a infraestrutura precária da rua e o aumento recente das chuvas já fez a cuidadora perder móveis e eletrodomésticos.

As mudanças climáticas são causadas por múltiplos fatores, entre eles o aumento exponencial da emissão de combustíveis fósseis na atmosfera. Esses poluentes são emitidos em ações humanos coletivas, como o crescimento desordenado da agropecuária, a má gestão do setor industrial, além de catástrofes provocadas, como queimadas e desmatamento.

Aplicação na prova

Além de entender os prejuízos causados ao meio ambiente, é importante saber como os assuntos podem estar dispostos na prova. Na área de ciências humanas, a crise ambiental pode ser abordada na prova de Geografia do Enem. A professora Tatiana Bustorff acredita que os estudantes precisam estar atentos às correlações entre temas.

“É importante o estudante ter domínio sobre os tipos de clima, sobre a forma como essas alterações atuam e a relação que isso tem com a ação humana. Atentar, ainda, para os biomas. Nestes últimos temos dados alarmantes: 2020 foi um ano recorde de queimadas no Pantanal, este ano estamos vivenciando chuvas atípicas no Nordeste. É preciso estabelecer correlação até com a parte urbana da Geografia”, descreve a especialista.

No quesito urbanidade a professora destaca os impactos da ocupação desordenada das cidades, proveniente das desigualdades sociais, para o aumento dessas catástrofes. Com áreas de encostas sendo ocupadas, em caso de chuvas intensas há maior possibilidade de deslizamentos.

Novela 'Pantanal' retratou destruição do bioma por causa das queimadas. — Foto: Reprodução

A professora reiterou, ainda, a importância do aluno se manter atento aos conhecimentos da Geografia física e política, usando como estratégia pesquisas de rotina em portais de notícias, bem como o consumo de podcasts e documentários.

Efeito estufa e a prova de química do Enem

O ‘Lá Vem o Enem 2022’ conversou, ainda, com um professor de química para entender um pouco mais sobre o efeito estufa e como ele pode ser cobrado no exame. Segundo Gustavo Pinheiro, não se trata de algo prejudicial por natureza, mas sim um movimento natural que tem se tornado negativo por causa do descontrole das ações humanas.

O efeito estufa é a capacidade de absorção que alguns gases sobre a radiação emitida à superfície da Terra. Absorver esses raios é o que possibilita o aquecimento padrão do planeta. No entanto, a emissão exacerbada de gases prejudiciais, como metano, gás carbônico, entre outros, tem transformado o efeito estufa num fenômeno preocupante.

Na prova de química, de acordo com o professor Gustavo, o assunto pode ser cobrado de forma contextualizada, exigindo que o aluno entenda o que é o efeito, mas principalmente quais limites ambientais vêm sendo ultrapassados por ações desenfreadas.

Dica de ouro

O estudante que está se preparando para química e teme a necessidade de decorar a tabela periódica pode ficar tranquilo, o Enem passa longe dessas exigências mais antigas. O professor Gustavo Pinheiro reitera que é preciso entender como os componentes se aplicam no nosso dia a dia, saber correlacionar, por exemplo, os benefícios do cálcio para a saúde, quais são os metais preciosos (ouro, prata e metais do grupo platina), entre outras aplicações da rotina.

Lá Vem o Enem 2022

Criado em 2019, a maratona obteve, apenas no ano passado, mais de 20 milhões de impactos, o que gerou um alcance de cerca de 1,8 milhão de paraibanos. No digital, já são mais de 1 milhão de pageviews e uma rede de quase 8 mil alunos cadastrados de todos os estados do país, incluindo o Distrito Federal.

Na televisão, o Bom Dia Paraíba exibe o quadro às segundas-feiras. No digital, os usuários do Lá Vem o Enem têm à disposição as editorias especiais no g1 Paraíba e no Jornal da Paraíba. Nas redes sociais, os interessados podem acompanhar no perfil @lavemoenem no Instagram. A partir de 29 de agosto, irá ao ar, às segundas-feiras, um podcast exclusivo sobre atualidades no site da CBN Paraíba.

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