28/06/2017

Juventude terena discute a criação de escolas indígenas

O estudante indígena Reinaldo Souza se tornou cadeirante após sofrer um acidente em um trator. Mas os obstáculos impostos pela dificuldade de se locomover não o impediram de voltar a estudar. Ele é morador da aldeia Lalima, no município de Miranda (MS), e ter se tornado representante da Juventude Terena reforça a importância que tem perante seu povo.

O estudante participou nesta terça-feira, 27, de reunião com a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação, Ivana de Siqueira, em Brasília. Ele foi em busca de respostas sobre a situação das escolas indígenas: construção e reformas, além de concursos para diretores.

Reinaldo gasta entre 50 minutos e 1h20 todos os dias para chegar à escola. A variação de tempo depende das condições da estrada que liga a aldeia ao município e também do meio de transporte utilizado: ônibus ou carona no carro de algum conhecido. Sobre as dificuldades enfrentadas, ele não tem a menor dúvida de que vale a pena. “O que me inspira é saber que meu povo precisa de mim”, sublinha o estudante.

O objetivo de Reinaldo é claro. Pretende se formar em direito – será o primeiro de sua família a conseguir um diploma de nível superior. “A gente fica refletindo sobre a situação, principalmente, dos indígenas. Quase não tem pessoas formadas”, disse.

A secretária Ivana de Siqueira explica que a grande demanda das populações indígenas no MEC são as escolas voltadas para esse público. Por isso, este ano o MEC iniciou a discussão sobre uma nova política de construção de escolas indígenas, em razão do atual déficit. Muitas unidades em funcionamento não têm prédio próprio ou estão em situação precária.

A construção das escolas é uma determinação do ministro Mendonça Filho, após visita a São Gabriel da Cachoeira (AM), em dezembro de 2016, durante a etapa regional da 2ª Conferência Nacional de Educação Escolar Indígena (Coneei).

“Vamos começar com 50 escolas no Alto Rio Negro. Temos um grupo trabalhando no projeto, composto também pelo Ministério Público, Funai [Fundação Nacional do Índio] e Ministério do Planejamento. Estamos começando pela população indígena do Amazonas, pelas dificuldades de chegar às comunidades. Depois vamos levar o projeto para o restante do país”, explica a secretária.

Assessoria de Comunicação Social - MEC (27.06.2017)

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