Violência armada

Jovem armado invade escola no interior da Bahia, atira em alunos e mata cadeirante

Crime aconteceu na manhã desta segunda (26) em uma escola municipal de Barreiras. A vítima, Geane da Silva Brito, tinha 20 anos. Atirador teria 14 anos

Reprodução/Twitter
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Informações preliminares apontam a suspeita de que o atirador seja matriculado na escola, mas não estaria frequentando as aulas. O adolescente teria apenas 14 anos

São Paulo – Uma estudante cadeirante foi morta dentro de uma escola cívico-militar no município de Barreiras, interior da Bahia, durante ataque a tiros no local na manhã desta segunda-feira (26). O jovem atirador, segundo informações iniciais da Polícia Civil da Bahia, invadiu a escola municipal Eurides Sant’anna com um revólver calibre 38 e um facão e atirou contra os alunos. Um dos disparos atingiu Geane da Silva Brito, de 20 anos.  

O crime aconteceu por volta das 7h20, quando o atirador teria pulado o muro da instituição. Um estudante contou ao Jornal Correio que o “menino” estava encapuzado, com roupas pretas, e deu o primeiro tiro ainda na porta. “Quando chegou lá dentro deu outro tiro. Os meninos correram tudo pra quadra. Mandaram sair todo mundo pelo fundo”, descreveu. Apesar de acionada, a Polícia Militar, ao chegar na escola, já encontrou a aluna cadeirante sem vida. A PM diz que ela também recebeu golpes de facão. 

Sobre o atirador

Durante a ação policial, o atirador também acabou baleado. Um dos funcionários da Secretaria de Educação de Barreiras, Aparecido Freitas, afirmou à imprensa que o jovem enfrentou os agentes que tentavam apreendê-lo. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) o levou ao Hospital Geral do Oeste. Até o fechamento desta nota, não havia detalhes sobre o estado de saúde. 

Segundo reportagem do portal g1, há também informações preliminares que apontam a suspeita de que o atirador seja matriculado na escola, mas não estaria frequentando as aulas. O adolescente teria apenas 14 anos. A Polícia Civil afirmou que investiga publicações em redes sociais atribuídas a ele com discursos de ódio. O material apreendido com o jovem foi apresentado na 11ª Coordenadoria Regional do Interior (Coorpin). 

Violência armada nas escolas

Esse é o segundo caso envolvendo armas e escolas em menos de uma semana. No último dia 20, a Procuradora Geral do Estado de São Paulo (PGE) recomendou ao governo estadual a edição de um decreto deixando expressa a proibição do “porte de arma como regra geral” dentro das escolas. A manifestação veio em decorrência de um episódio envolvendo a escola José Benedito Bartholomei, em Suzano, na Grande São Paulo. Conforme mostrou reportagem da Folha de S.Paulo, o professor Esdra Bandeira da Silva foi flagrado, em junho, carregando uma arma de fogo dentro da instituição. 

O docente estava jogando vôlei com os alunos, quando derrubou acidentalmente a arma no chão da quadra. O revólver não chegou a disparar, mas causou preocupação entre os alunos e os pais que cobraram explicações da direção do colégio. Silva alegou, no entanto, estar dentro da lei por ter o registro de Colecionador, Atirador Esportivo e Caçador (CAC). A PGE contestou. O governo de Rodrigo Garcia (PSDB) apenas comunicou, no entanto, a proibição de acesso de pessoas armadas nas escolas às diretorias de ensino.

Digital bolsonarista

O arsenal de CACs, porém, já passa de 1 milhão de armas em todo o país. O aumento decorre dos decretos assinados pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) que flexibilizaram o acesso a armamentos. Reportagem da RBA identificou, por exemplo, que após os mais de 40 decretos, os brasileiros têm comprado 1.300 armas por dia. Em paralelo, acumulam-se casos de violência e tragédias por conta desse volume de peças letais. 

Em agosto, pais e alunos da escola estadual Primo Ferreira, em Santos, no litoral sul de São Paulo, ficaram em pânico com ameaças de massacre na instituição. As mensagens distribuídas pelo WhatsApp diziam “estejam preparados para serem baleados”. Além de dezenas ofensas racistas, saudando o nazista Adolf Hitler e em apoio à reeleição de Jair Bolsonaro. 

Ainda no primeiro ano do atual governo federal, dois ex-alunos de uma escola também em Suzano invadiram, armados, o colégio Raul Brasil e mataram oito pessoas, entre alunos, funcionários e dono de uma locadora de veículos. 

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