Itinerários Amazônicos: plataforma oferece conteúdo gratuito para redes de ensino
Os Itinerários Amazônicos oferecem materiais didáticos sobre temas relacionados ao desenvolvimento sustentável da Amazônia; o conteúdo produzido pelo Instituto iungo contempla a Base Nacional Comum Curricular e está disponível para redes de ensino de todo o Brasil de forma gratuita
Da Redação
“Nós só protegemos aquilo que conhecemos e a que nos sentimentos pertencentes”. É desta forma que Paulo Andrade, presidente do Instituto iungo, enxerga a preservação ambiental da Amazônia. Para alcançar o desenvolvimento sustentável da região, segundo o professor, é urgente que a juventude de todo o país tenha acesso a uma educação que aborde a complexidade amazônica. Com este objetivo, a organização criou os Itinerários Amazônicos.
O programa oferece unidades curriculares sobre temas amazônicos para os itinerários formativos do Ensino Médio. Além de produzir e fornecer o material, o Instituto iungo forma professores que já estão nas salas de aula. O objetivo é garantir que as propostas cheguem de maneira eficaz e contextualizada aos alunos de todo país.
A Amazônia perdeu 500 mil km² de floresta nos últimos 37 anos. Segundo um levantamento da Rede de Informação Socioambiental Georreferenciada da Amazônia, a destruição do bioma pode chegar a um ponto irreversível.
“A Amazônia protegida é essencial para regular o clima, promover a ciência e o desenvolvimento econômico e socialmente sustentável do planeta, para os brasileiros e para a humanidade. É fundamental que seja abordada de maneira mais profunda e nas diversas áreas do conhecimento em todas as escolas do país e, em especial, nas escolas dos estados que compõem a Amazônia Legal”.
O material foi criado não somente para conscientizar estudantes de todo o Brasil, mas também para impactar a vida dos jovens que vivem na Amazônia Legal. “O Ensino Médio precisa de novos arranjos de currículo e situações de aprendizagem que convidem os estudantes a refletirem e a agir sobre os territórios em que vivem, levando em conta, por exemplo, sua identidade e as culturas que co-existem no espaço, a sócio e biodiversidade, as cadeias produtivas, os conflitos territoriais e as oportunidades do mundo do trabalho”.
Em meio a discussão sobre o Novo Ensino Médio, a organização encontrou uma forma de incluir no currículo escolar assuntos importantes como o desmatamento, racismo ambiental, povos tradicionais, práticas agrícolas, empreendedorismo financeiro e bioeconomia. O material está alinhado com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), visto que aborda as áreas de conhecimento dos currículos estaduais: Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza, Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Devido à complexidade do conteúdo, foi necessária a ação conjunta de mais de 120 pessoas. Entre elas jovens, educadores, especialistas e representantes das oito secretarias de estado de educação da Amazônia Legal parceiras: Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Roraima e Tocantins.
As unidades curriculares estão disponíveis para todos os educadores brasileiros no portal do programa. A iniciativa é uma co-realização do Instituto iungo, Instituto Reúna e da rede Uma Concertação pela Amazônia, viabilizada por meio da parceria e investimentos do BNDES, Fundo de Sustentabilidade Hydro, Instituto Arapyaú, Movimento Bem Maior e patrocínio da Vale.