Por G1 Pa — Belém


Em Belém, professor pensa em abandonar sala de aula depois de ser assaltado

Em Belém, professor pensa em abandonar sala de aula depois de ser assaltado

A insegurança nas escolas de Belém é tão grande, que tem professor que já pensa em abandonar a sala de aula depois de ser assaltado e ver os alunos passarem pela mesma situação.

Estudar e ensinar viraram sinônimo de perigo na Escola Estadual Edgar Pinheiro Porto, na rua Nove de Janeiro, no bairro da Condor, em Belém. Um professor, que não quer ser identificado, já viu vários colegas e alunos sendo alvo da violência.

“Vi professores sendo abordados na saída da escola, grupos invadindo a própria escola e rendendo funcionários, levando bolsas, bicicletas, notebook. Então, não estão ficando só do lado de fora, mas também passando do portão pra dentro”, diz.

Só nos últimos meses, três professores foram assaltados. No final do ano passado, vários alunos foram vítimas de um arrastão na saída da escola. Por conta da insegurança, tem muito estudante faltando aula e professores traumatizados, pensando em pedir demissão.

“A gente não tem uma garantia efetiva da nossa integridade, então a gente tá levantando essa possibilidade”, diz o professor.

Várias escolas públicas têm enfrentado a mesma situação. No bairro do Tapanã, a mãe que tem três filhos matriculados na escola municipal Gabriel Lage está apavorada. “Ontem teve assalto. Sexta-feira eu fui assaltada, e fora os outros dias: quarta-feira teve uma tentativa de assalto à noite, foram vários homens que entraram no colégio pra tentar assaltar. É diariamente a venda de droga na frente do colégio”, denuncia.

Na última quarta-feira (7), alunos e professores da escola Palmira Gabriel, na Augusto Montenegro, no bairro do Tenoné em Belém, viveram momentos de terror. Cinco bandos usando a farda do colégio armados invadiram uma das salas e fizeram alunos e professores reféns.

“Prenderam os nossos alunos e professores. Levaram para o depósito de livros e, lá, subtraíram quantias em dinheiro, anéis, joias, celulares”, disse o professor Adilson Tavares.

A Secretaria de Segurança Pública do Estado (Segup) não informou o número de escolas, estudantes e professores assaltados este ano.

A Secretaria de Estado de Educação disse que, até o final deste semestre, será contratada uma empresa especializada em segurança eletrônica e que serão implantadas câmeras de vigilância em 100 escolas da região metropolitana de Belém. Além disso, as escolas contam com apoio da Companhia Independente de Polícia Escolar, com apoio das polícias civil e militar.

Já a Secretaria Municipal de Educação disse que a segurança na escola Gabriel Lage é feita diariamente, inclusive com vigilante noturno.

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