Oferecido por

Por Jornal Nacional


Iniciativas tentam reverter aumento da evasão escolar durante a pandemia

Iniciativas tentam reverter aumento da evasão escolar durante a pandemia

Um dos efeitos da pandemia na Educação foi o aumento da evasão escolar, mas algumas iniciativas pelo Brasil estão conseguindo manter os jovens em sala de aula.

Uma oficina prática e lúdica, iniciativa do Instituto de Física da UFRJ, acontece em escolas públicas do Rio e da Baixada Fluminense. O projeto quer mostrar às adolescentes que a área de exatas não precisa ser exclusividade masculina.

“É um modo divertido e fácil, e você fala tipo: 'Meu Deus, uma coisa que é muito difícil acaba sendo leve de aprender e muito divertido’”, diz a estudante Giovana Barros.

“A gente mostra que a física também pode ser feita de uma maneira divertida por mulheres, por meninas como elas”, afirma a professora da UFRJ Elis Sinnecker.

Outro objetivo é motivar as alunas a não desistirem dos estudos. O censo escolar mostrou que a taxa de abandono no ensino médio mais do que dobrou em 2021 na comparação com o ano anterior.

“As nossas monitoras são muito próximas das meninas em idade, então também atuam como modelo para as meninas e elas veem que, se as monitoras chegaram e a gente chegou na universidade, por que não elas também?”, explica a física Thereza Paiva.

Entrar em uma universidade é um sonho distante para muitos brasileiros; muitos não têm nem um exemplo nem o incentivo da família, outros precisam começar a trabalhar e abandonam os estudos. Iniciativas em vários estados lutam para aproximar esses jovens do ensino universitário.

No laboratório de física, dentro da Universidade Federal do Rio, as fórmulas ensinadas em aula fazem mais sentido e a vontade de voltar só aumenta.

"Eu nunca tinha entrado em uma universidade. É a primeira vez. Quero voltar com certeza! É muito legal", afirma a estudante Verônica Vieira.

No Paraná, graças a uma parceria com grandes empresas, alunos dos cursos técnicos no município de Assaí já podem terminar a formação com estágio garantido; 45 estudantes começaram em uma multinacional.

“Essa parceria fez com que eu pudesse ter um pouco mais, não toda, mas grande parte da minha certeza de onde eu quero estar e o caminho que eu vou trilhar até lá”, afirma o estagiário João Victor de Oliveira e Santana.

Especialista em Educação, o professor Mozart Ramos, da USP de Ribeirão Preto, avalia que, neste período pós-pandemia, governos e sociedade precisam se unir pela Educação e pelo futuro.

“É muito importante a gente ter uma articulação, uma coordenação local, para integrar esses esforços das empresas, das universidades públicas e particulares, das escolas de ensino médio. Ou seja, fazer um grande esforço para que a juventude brasileira possa continuar a sonhar”, diz.

“É imensurável o tamanho do meu sonho. E com a nossa capacidade, com o nosso estudo, com a nossa força de vontade, eu tenho certeza que todos nós, não só eu, mas todos nós podemos chegar lá”, ressalta o estagiário Jeferson Palauro dos Santos.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!