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Por Jornal Nacional


Iniciativa na rede pública do DF reúne alunos, pais e professores no combate à violência nas escolas

Iniciativa na rede pública do DF reúne alunos, pais e professores no combate à violência nas escolas

Uma iniciativa na rede pública de ensino no Distrito Federal vem reunindo alunos, pais e professores no combate à violência nas escolas.

Uma professora, que não quis se identificar, foi ameaçada pelo pai de um aluno que reclamava da ausência de outra professora na escola.

“Ele fez um comentário infeliz e veio pra cima de mim. Isso com o dedo apontado na minha cara. A postura dele foi extremamente agressiva. Eu nunca mais dormi bem. Acordo de madrugada. Sonho que eu estou trabalhando em outra escola”, disse.

Iniciativa da rede pública de ensino do DF promove sessões de terapia para combater violência nas escolas — Foto: Reprodução/TV Globo

De janeiro a setembro, o Disque 100 registrou cerca de 50 mil violações aos direitos humanos em creches, escolas e universidades. Um salto de mais de 140% em relação ao ano passado, que teve 20,6 mil casos.

A violência mais comum nas escolas é a emocional, como ameaças e o bullying. As vítimas não são apenas alunos e professores, mas também funcionários e familiares.

Segundo o ministro dos Direitos Humanos, a disseminação de discursos de ódio e a divulgação dos canais de denúncias fizeram aumentar o número de casos.

“O que a gente pode fazer para que essas coisas não aconteçam mais, acho que esse é o ponto. São políticas que envolvem acesso a tratamento, no caso, orientação em caso de saúde mental. Envolve também orientação para professores, professoras, para as escolas, sobre o que a gente chama de radicalização”, conta Silvio de Almeida, Ministro dos Direitos Humanos.

Violão aos direitos humanos em creches, escolas e universidades — Foto: Reprodução/TV Globo

No Distrito Federal, um projeto da rede pública formou professores em terapia comunitária. Nesta escola na cidade do Gama, uma vez por semana, alunos e responsáveis se encontram em sessões mediadas por uma psicóloga.

“À medida que eu aprendo a acolher as minhas dores e também as minhas vitórias, eu consigo melhor acolher o outro. Então, o espaço da terapia comunitária é um espaço em que eu cuido de mim e ajudo também o outro”, afirma Doralice Oliveira Gomes, psicóloga.

O filho de Olga Oliveira de Ferias Pires já sofreu bullying na escola. Agora, eles participam da terapia.

“Como se eu estivesse indo para um psicólogo, só que melhor porque aqui eu encontro mulheres iguais a mim”, explica a culinarista.

Iniciativa da rede pública de ensino do DF promove sessões de terapia para combater violência nas escolas — Foto: Reprodução/TV Globo

Nessa escola, um projeto de leitura incentiva o combate ao machismo, ao bullying e promove o antirracismo. Os livros com esses temas se misturam nas aulas de geografia, matemática e em rodas de conversa.

“A gente parte da leitura para o cotidiano e o trabalho essencial é esse, desnaturalizar a violência. É claro que no primeiro momento o combate à violência na escola, mas isso não impede a criança de levar a reflexão para fora da escola, até porque a escola está na sociedade”, afirma Josuel Silva, vice-diretor do Centro de Ensino Fundamental 407.

O Jhonatas participa do projeto. Ele já foi vítima de racismo na escola e sabe a importância de debater os temas em sala de aula.

"Os livros são bons e eu já entendo lendo os livros o que acontecia no passado, que era o preconceito, racismo, negros sendo vendidos. Eu sei o meu valor”, explica.

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