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Inep alega economia com ‘Enem Digital’ mas não divulga valor

Responsável pelo exame, o instituto não informou os custos previstos e alegou que as 'informações internas não podem ser divulgadas'

Por Giovanna Romano Atualizado em 5 jul 2019, 18h45 - Publicado em 5 jul 2019, 18h13

Anunciado com o objetivo de economizar os custos com a impressão, não há previsão de quanto custará a aplicação da prova do modelo digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) — que substituirá a versão em papel até o ano de 2026. Questionado pela reportagem de VEJA, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo exame, não informou o valor previsto e afirmou que as “informações internas não podem ser divulgadas”.

“A equipe técnica do Inep, com mais de 20 especialistas, realizou diversas reuniões para analisar a viabilidade e as possibilidades de processo para a implantação do Enem digital. Como a empresa aplicadora será selecionada, essas informações internas não podem ser divulgadas para que não ocorra qualquer favorecimento”, sinalizou a assessoria de imprensa do Inep em resposta a VEJA.

Na última quarta-feira, 3, quando foi anunciado o “Enem Digital”, um dos principais objetivos apontados para motivar a mudança foi a economia com a impressão. Entretanto, nem o atual presidente do Inep Alexandre Lopes nem o ministro da Educação, Abraham Weintraub, entraram em valores futuros do novo modelo de aplicação. O instituto divulgou que, na edição de 2019 da prova, os custos superaram 500 milhões de reais.

O modelo de aplicação digital da prova será semelhante ao Enem regular: o Inep é o responsável por contratar uma empresa aplicadora, que disponibilizará a infraestrutura necessária para a realização do exame em unidades de ensino. O governo informa que não comprará equipamentos — a parte estrutural fica por conta dessas empresas. “A expectativa do Inep é de que o Enem Digital seja um incentivo para ampliar o número de computadores conectados nas redes de ensino de todo país”, informa o instituto.

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Mesmo considerando o caminho positivo, o diretor de políticas educacionais da organização Todos pela Educação, Olavo Nogueira Filho, considera que a estratégia precisa ser “muito bem construída” para que consiga superar “os entraves de infraestrutura no país”. O especialista afirma ainda que não se pode “só olhar a ótica da economia de passar do papel para o digital”.

Segundo Nogueira Filho, a aplicação da prova precisa ser feita de uma maneira mais sofisticada, “fugindo de um processo de simples digitalização”. Caso a primeira opção seja escolhida, ele lembra que a sua viabilização “dependerá de muitos investimentos em tecnologia e montagem de um grande banco de questões. O custo relacionado a isso não é baixo, mas é fundamental.”

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De acordo com o Censo Escolar 2018, que é feito pelo próprio instituto, 30,1% das escolas de ensino fundamental do país não têm banda larga disponível. Dentro desse número, as redes de ensino municipal apontam o maior déficit: 56,7%. Já as escolas de ensino médio apresentam maior disponibilidade de banda larga, com 15,1% do total sem a infraestrutura para a internet.

“Enem Digital”

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) será aplicado apenas em formato digital no ano de 2026, quando será abandonada a versão em papel. A novidade começará a ser implementada em 2020 e a digitalização será gradativa. No próximo ano, estudantes de quinze capitais do país terão a opção de realizar 50 mil provas digitais em dois domingos consecutivos em outubro. Não há alterações na realização do Enem 2019.

De acordo com o calendário, em 2020 o Enem terá duas aplicações: a digital, nos dias 11 e 18 de outubro, e a regular, nos dias 1º e 8 de novembro. Uma reaplicação, em papel, acontecerá em dezembro para os estudantes prejudicados por problemas logísticos com a versão digital. Os resultados serão divulgados de forma conjunta.

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Já em 2021, serão feitas duas aplicações digitais em datas distintas, também opcionais, como forma de aprimoramento do ano anterior. Será mantida a aplicação regular e a reaplicação em papel. Entre 2022 e 2025, segundo o Inep, o “Enem Digital” será aprimorado, ainda de forma opcional aos participantes. Em 2026, no entanto, a previsão é que não haja mais prova em papel e que o Enem aconteça em várias datas ao longo do ano.

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