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Individualização: desmascaramento do ensino inclusivo

Por Ângela Mathylde
Atualização:
Ângela Mathylde. FOTO: DIVULGAÇÃO Foto: Estadão

O que deve ser feito para garantir um ensino inclusivo pós-pandemia? A questão é bastante complexa, mas, em algum momento, terá de ser respondida. Do processo de retomada das aulas presenciais à acolhida sócio-emocional, considerando a saúde mental do estudante, será necessário, primordialmente, ser discutido. O ensino requer a união de pilares da saúde, educação e família, para colocar em pauta escola inclusiva como educação generalizada. Portanto, os brasileiros precisam ser acolhidos e ouvidos Talvez, o único ponto positivo da pandemia seja a queda da máscara, ou seja, o desmascaramento é necessário para se refletir sobre alguns "lugares" especiais da educação.

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As máscaras no chão revelam a importância de se investir muito para proporcionar um ensino formalizado e preocupado com o estilo de aprendizagem, como visual, auditivo e sinético. A escola precisa estar devidamente preparada para receber alunos com Necessidades Educativas Especiais (NEE).

A situação depende de um Plano de Desenvolvimento Individual (PDI) para atender as especificidades pedagógicas de determinados grupos. O professor deve compreender qual é o estilo apropriado para, então, utilizar um modelo correto de aprendizagem. O cenário pede o fim de modismos e foco na realidade. Se é o que se tem, então, é preciso enfrentar.

É crucial o educador entender a dinâmica e acolher os alunos para conhecê-los. A aprendizagem é mudança de comportamento e, só a aquisição de conteúdo, não será suficiente, pois pode se perder durante o processo, afinal, a educação não é uma cópia. O ensino muda a realidade de qualquer um, inclusive, neste momento, altera a rotina de qualquer professor.

Um investimento escolar em autonomia da aprendizagem é essencial para fazer a diferença. O Plano de Desenvolvimento Individual é amparado na Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13146/2015) e na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (Lei 9394/1996). O processo assegura o direito à educação e à igualdade no ambiente escolar, contudo, a verdade é que, muitos profissionais da educação ainda desconhecem essa proposta, situação que deve ser revertida urgentemente.

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A abordagem dos estudantes como um núcleo de ação educacional é o principal passo para garantir a efetividade do ensino. As atividades incentivadoras de liberdade de expressão, criatividade e que coloquem como prioridade a formação integral, em relação ao currículo escolar obrigatório e à formação humana do educando, são as opções alternativas de formação de cidadãos e profissionais, socialmente responsáveis e bem-sucedidos.

Na contramão da educação com foco em alto rendimento, surge a necessidade de valorização do aluno, centro principal do processo. Cabe à escola promover ações de envolvimento estudantil com as disciplinas ensinadas e aproximar os pais das atividades escolares. A educação plena só acontece com base no tripé: aluno, escola e família.

O projeto pedagógico é um aspecto crucial no processo de valorização do educando. Uma abordagem contemporânea de ensino foca no estímulo à formação integral, tendo como base o respeito mútuo, a proatividade e a excelência no processo. O aluno deve ter liberdade de expressão e respeitar seu próprio ritmo, o que não significa defender a desordem ou não proporcionar uma educação forte e efetiva. Mas, sim, permitir oportunidades para expressar opiniões e imprimir sua personalidade às atividades em sala de aula.

*Ângela Mathylde, professora, doutora em educação e saúde

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