Economia

Inadimplência e evasão crescem no ensino superior no primeiro semestre, diz sindicato

Atraso nas mensalidades subiu quase 30% por conta da pandemia de Covid-19
Evasão nos cursos presenciais cresceu mais do que nos cursos online Foto: Divulgação/Agência Brasil
Evasão nos cursos presenciais cresceu mais do que nos cursos online Foto: Divulgação/Agência Brasil

SÃO PAULO —A pandemia fez disparar no país a evasão e a inadimplência dos alunos das instituições de ensino privado superior. No primeiro semestre, a inadimplência subiu 29,9% em relação ao mesmo período do ano passado. O índice ficou em 11%. No caso da evasão, o índice cresceu 14,7% na comparação ao ao mesmo período do ano passado. O levantamento é do Semesp, entidade que representa instituições do ensino superior, reunindo 53 grupos educacionais.

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O Semesp aponta como causas do aumento da inadimplência o crescimento do desemprego, a redução da reda de parte dos trabalhadores e as dificuldades de acesso ao crédito estudantil. Também contribuiu para o atraso nas mensalidades. Apesar da inadimplência ser maior em cursos de ensino à distância, as mensalidades em atraso nos cursos presenciais apresentaram maior aumento nesse período, subindo 33,1%, enquanto nos cursos à distância 5,9%.

A desistência temporária ou definitiva dos cursos de ensino superior ficou em 10,1% no primeiro semestre, segundo o Semesp, com variação maior para os cursos presenciais, com elevação de 17,3 frente aos 13,1% dos cursos à distância.

A pesquisa também mostra que para este segundo semestre, o total de matrículas caiu 19,8%, com uma redução de 38,2% para cursos presenciais e de 13,2% para cursos à distância. Nas pequenas e médias instituições de ensino a queda foi maior: 35,4%.

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"O ingresso de novos alunos no segundo semestre, que representa aproximadamente 30% dos ingressantes no ano, também foi frustrante e ficou muito abaixo dos últimos anos, agravando ainda mais a situação", informou o Semesp em nota.

No caso das rematrículas, na virada do semestre, 89,7% dos alunos renovaram suas matrículas, uma queda de 2,6% quando comparado ao mesmo movimento do ano passado.

"Havia um temor que o número de trancamentos se acentuasse com o fim do primeiro semestre, mas o resultado foi melhor do que se esperava, mesmo ficando um pouco abaixo em relação ao mesmo período de 2019", avaliou o Semesp.