Por Grupo Marista

O investimento anual em educação no Brasil é de R$ 10,60 por estudante. O dado é de um estudo elaborado pelo IMD World Competitiveness Center, que avalia a prosperidade das nações de acordo com o ambiente econômico e social. O país ficou na última posição no eixo educação: 64º lugar no ranking global, mesmo investindo 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB) na área. É mais do que os 4,4% que a maior parte das nações aplica em políticas públicas educacionais, revela um estudo da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

Como é possível investir mais e mudar esse cenário? A filantropia é um dos caminhos: prevista na Constituição Federal e recentemente regulamentada pela Lei Complementar 187/2021, a imunidade tributária permite que os valores que seriam recolhidos em impostos sejam destinados para projetos de redução da desigualdade social. É uma ponte importante para oferecer serviços onde a estrutura do estado nem sempre chega. “O significado da palavra filantropia é ´amor à humanidade´. Na prática, é o trabalho que organizações e pessoas fazem em prol do outro, destinando ações, projetos e recursos que visam a solidariedade. As entidades filantrópicas atuam nos setores da educação, da saúde e da assistência social, beneficiando milhares de pessoas em todo o país”, explica Carmem Murara, diretora de Relações Institucionais e Governamentais do Grupo Marista.

Educação em áreas de vulnerabilidade social

Segundo a pesquisa “A Contrapartida do Setor Filantrópico no Brasil”, realizada pelo Fonif - Fórum Nacional das Entidades Filantrópicas, em parceria com a consultoria independente Dom Strategy Partners, os recursos aplicados em educação beneficiam cerca de 2,5 milhões de alunos, o que representa 2,4% de todos os estudantes matriculados na Educação Básica e 15,1% na Educação Superior do país.

O retorno vai além dos números e se traduzem em qualidade de ensino. Esse mesmo estudo, aponta que a nota dos alunos de escolas filantrópicas no Enem foi 17% superior a nota dos demais alunos, em 2020. Com educação de qualidade, mais brasileiros têm acesso a oportunidades de trabalho, renda e há mudanças significativas que abrangem toda a comunidade.

“O Grupo Marista atua na área da Educação por meio do Marista Escolas Sociais, para promover a redução da desigualdade social e a formação de cidadãos para serem protagonistas na sociedade”, conta Carmem. A instituição é responsável pela gestão de Escolas Sociais, que ficam em regiões de vulnerabilidade social do Paraná, Santa Catarina e São Paulo. Oferece ensino gratuito a mais de sete mil estudantes entre educação infantil e ensino médio . “Estamos realmente chegando aos mais vulneráveis, o que torna o trabalho do Marista Escolas Sociais uma missão complexa. Em bairros de alta vulnerabilidade, há questões de violência doméstica, reconstrução de vínculos familiares e segurança alimentar, ou seja, precisamos atender os alunos em sua integralidade”, destaca Rodolfo Schneider, gerente de Mobilização e Engajamento da Diretoria Executiva de Educação Básica do Grupo Marista. Os alunos recebem de duas a cinco refeições diárias, têm atividades de contraturno, material didático, práticas esportivas e apoio psicossocial. Das 18 Escolas Sociais, nove já foram contempladas por campanhas voluntárias iniciadas pelas equipes de gestão. Um deles é o Bibliotecarte, que adquiriu quatro mil livros e mais de 80 equipamentos eletrônicos.

Estímulo ao protagonismo

Atualmente, 52% das famílias atendidas pelo Marista Escolas Sociais estão abaixo da linha da pobreza (USD 5,5/dia) e 17% abaixo da extrema pobreza (USD 1,9/dia). É apenas um recorte da importância da filantropia para a educação no Brasil, que tem 725 mil bolsistas no Ensino Superior e na Educação Básica. “Entendemos a educação integral como o equilíbrio entre a excelência acadêmica com a excelência de valores que são expressos diariamente em nossas escolas, em inúmeros projetos e iniciativas. A partir dessa integralidade, promovemos vivências significativas, estimulamos o protagonismo e a solidariedade”, complementa Schneider.

— Foto: Divulgação

Ainda de acordo com a pesquisa do Fonif, o retorno da filantropia para a sociedade pode ser 9,79 vezes superior ao valor recebido em doações. As histórias de alguns alunos que tiveram acesso à educação filantrópica falam por si só, como a de Gabriel dos Santos, educando do programa Jovem Aprendiz do Marista Escola Social Eunice Benato. Em 2018, ele representou os adolescentes brasileiros na Suíça, no Dia do Debate Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). “O que eu quero fazer é mudar o mundo, e mudando o mundo, não há limites”, diz Gabriel. A ex-educanda e hoje Jovem Aprendiz do Marista Escola Social Robru, Karen Samyra, é mais uma mostra da transformação: “Sem um lugar onde eu pudesse ter livros às mãos, eu nunca poderia ler. O Marista foi esse lugar em que aprendi a ler o mundo também. Entendi que fazia parte dele e dessa forma soube ler meus direitos e interpretá-los”, conta.

Da educação básica ao ensino superior

As ações filantrópicas na área educacional do Grupo Marista também estão presentes na Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR), que tem um projeto de inclusão focado no ensino superior. É o Processo Seletivo Especial Vila Torres, que disponibiliza bolsas para acesso e permanência em cursos de graduação no Câmpus de Curitiba exclusivamente para moradores da Vila Torres e entorno. O número de inscritos no edital em 2022 foi o maior desde o lançamento do programa, em 2019: 152 candidatos. “Os candidatos aprovados recebem bolsa de estudo integral e bolsa permanência, no valor de R$ 400,00 mensais, durante todo o curso de graduação.”, explica Karoline Ferreira de Oliveira, gestora do Observatório de Solidariedade da PUCPR.

Para colocar em prática tantas ações que alcançam comunidades vulneráveis, o Grupo Marista exerce papel articulador junto às esferas pública e privada. “Somos um parceiro importante para garantir direitos fundamentais das comunidades empobrecidas, com representação em centenas de conselhos que atuam pela inclusão de crianças, adolescentes e jovens”, afirma a diretora de Relações Institucionais e Governamentais, Carmem Murara.

Grupo Marista

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