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Colunistas convidados escrevem para a editoria de Opinião do GLOBO.
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Artigos
Artigos escritos por colunistas convidados especialmente para O GLOBO.
IA tem de entrar no currículo escolar
A única forma pela qual alunos têm se familiarizado com inteligência artificial é por meio das redes sociais e mídias digitais
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RESUMO
Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você
GERADO EM: 04/12/2024 - 22:27
Importância da IA no Currículo Escolar: Brasil x China.
A integração da inteligência artificial no currículo escolar é crucial. Enquanto no Brasil a educação sobre IA é escassa, na China já é parte essencial do ensino, preparando os estudantes para um futuro tecnológico. A falta dessa preparação pode levar a desinformação e dificuldades. Gestores eleitos são instados a incluir IA nas escolas, visando preparar os jovens para as mudanças estruturais da humanidade.
Há cerca de três anos, alguns professores da minha cidade me adicionaram a um grupo de WhatsApp — o que me deixou muito honrado — para discutir as consequências da pandemia no aprendizado escolar. Com o tempo, novos temas passaram a ser debatidos, e outros professores de cidades vizinhas foram incluídos, tornando o grupo praticamente regional, abrangendo parte da nossa Amazônia.
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Como tenho me dedicado ao estudo da inteligência artificial (IA), semanas atrás postei sobre o tema no grupo. Todos os professores foram unânimes em afirmar que o assunto não está integrado ao currículo, que em nenhum dos municípios receberam formação ou treinamento sobre IA e, portanto, nenhum deles discutiu o tema com seus alunos até o momento.
A falta de integração desse tema aos currículos e a ausência de formação específica em IA, especialmente em regiões mais distantes, como a Amazônia, devem refletir uma realidade comum a todo o Brasil.
A única forma pela qual os estudantes têm se familiarizado com IA é por meio das redes sociais e mídias digitais. Embora isso possa despertar a curiosidade dos alunos, não é necessariamente o meio mais saudável ou educativo.

As redes sociais estão repletas de desinformação e mitos sobre IA. Sem uma base sólida de educação formal, os alunos podem ter dificuldades em distinguir conteúdos precisos de informações equivocadas ou sensacionalistas.
Em contraste, as escolas chinesas estão significativamente à frente na integração da IA ao ensino. A China a reconhece como área estratégica e tem implementado políticas agressivas para preparar as próximas gerações para um futuro dominado pela tecnologia. O ensino de IA já faz parte do currículo escolar nacional desde 2018, com abordagem robusta e bem estruturada.
As aulas na China abordam conceitos como aprendizado de máquina, algoritmos, robótica e suas aplicações em diversas áreas. O governo chinês investe fortemente na formação de professores, oferecendo programas de treinamento em larga escala para assegurar que o corpo docente esteja preparado para ensinar esses novos conteúdos. Além disso, há investimento significativo em digitalização e infraestrutura tecnológica nas escolas.
A IA também é discutida em disciplinas como ética e ciências sociais, em que se abordam questões relacionadas à privacidade e ao impacto da automação no mercado de trabalho.
A China já forma uma nova geração de estudantes familiarizados com o assunto, alinhada a sua estratégia de se tornar líder global em inteligência artificial até 2030.
Passadas as eleições municipais no Brasil, faço um chamamento aos gestores eleitos para que, em suas jornadas ou semanas pedagógicas — que ocorrerão no início do ano letivo e têm como objetivo discutir estratégias educacionais, revisar currículos, planejar atividades e debater os desafios da educação —, incluam a preparação para o ensino de IA nas escolas.
Isso representaria um avanço extraordinário para que nossas crianças e jovens se preparem não apenas para uma nova tecnologia, mas para uma mudança estrutural nos novos rumos da humanidade, com impactos mais profundos e duradouros do que qualquer outra transformação histórica do passado.
*Adnan Demachki, advogado, é integrante do Instituto Arapyaú e foi prefeito de Paragominas (PA)