O ministro da economia, Paulo Guedes, afirmou que o governo federal só estenderá o auxílio emergencial ou criará um novo programa social se houver viabilidade fiscal para tal. Do contrário, afirmou, a população mais pobre voltará a ser atendida apenas pelo Bolsa Família.
As afirmações do ministro foram feitas no 39º Encontro Nacional de Comércio Exterior (Enaex), um dia após ele dar a entender que havia propensão do governo em estender o auxílio, necessidade ligada a uma eventual segunda onda de covid-19.
"Não vamos fazer aventura. Ou tem sustentação fiscal [para programa social ou voltamos para o Bolsa Família e acabou. O presidente já disse. Não haverá populismo", afirmou Guedes.
Neste momento de seu discurso, Guedes também atribuiu os rumos do auxílio emergencial à decisão do Congresso, "que pode entender que esse programa de focalização deve acabar em dezembro e voltarmos para o Bolsa Família".
O ministro ainda defendeu a proposta do Renda Cidadã. Ele disse que o projeto do governo para reunir uma série de benefícios em um só integra o programa de governo "muito antes da pandemia" e que "foi elaborado dentro da melhores práticas da OCDE, Banco Mundial e escutando os pais do Bolsa Escola e Bolsa Família". "É um produto revolucionário e, se for possível consolidar os outros produtos neste, ótimo", defendeu.
Neste ponto, ele voltou a defender a importância da âncora fiscal e do teto de gastos, que, em sua opinião, deve "espremer" a classe política até que ela reassuma o comando dos orçamentos públicos, controlando-os sem a necessidade de indexações, o que o ministro chama de "dinheiro carimbado".
"Na pandemia, como a população foi protegida? Pelas indexações na saúde ou porque o presidente e o Congresso aprovaram medidas emergenciais? Uma classe política atenta vale muito mais para proteger a população do que dinheiro carimbado", afirmou.
"Dinheiro na ponta"
O ministro fez um balanço da atual gestão, bem como de seu relacionamento com outros entes, como Estados e municípios. Em seu entendimento, o atual governo, durante a pandemia, fez "transferências para Estados e municípios" além de ter rolado dívida e juros.
Guedes fez questão de ressaltar a atuação do atual governo na crise na economia originada pelo avanço da covid-19. "Sabíamos da importância do dinheiro chegar rapidamente na ponta para salvar vidas e empregos", afirmou ele.
Para o ministro, hoje, o país está "voltando" ao crescimento e, nesse contexto, o apoio do Congresso seria fundamental. "O Congresso vai apoiar as reformas. Agradeço muito a ajuda do Congresso que, mesmo antes de encontramos nosso eixo político, nos ajudou", afirmou.
Ao lembrar que falava em evento de exportação, ele fez questão de ressaltar e agradecer o apoio dos envolvidos nas cadeias de exportação. " Peço foco no Oriente Médio, na Ásia" disse. "Vamos pelo caminho das Índias", afirmou ele, ao terminar sua participação no Enaex.