Lá Vem o Enem 2019

Por Ítalo Di Lucena, TV Cabo Branco


Grupo de professores apresenta músicas de artistas como Cazuza e O Rapa durante 'aulas espetáculo', na Paraíba — Foto: TV Cabo Branco/Reprodução

Na reta final de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), as horas de estudo aumentam, os aulões que reúnem vários estudantes em um mesmo local passam a ser cada vez mais frequentes, enquanto os momentos de lazer se tornam mais raros. Aliados ao cansaço emocional e à grande quantidade de conteúdo, esses fatores podem dificultar o aprendizado. Com a proposta de tornar as revisões em momentos mais descontraídos, um professor idealizou as “aulas espetáculos”, em João Pessoa.

Durante os encontros, o conteúdo é apresentado por meio de músicas de artistas como Cazuza e do grupo O Rappa. Professor de história, Rodrigo Mateus contou que a ideia de tornar os aulões mais atrativos surgiu em 2013, depois da graduação.

“Eu sempre ficava com esse negócio na minha cabeça ‘rapaz, não podia ser melhor? Ou com mais coisa não?’ E aí, quando eu virei professor, foi com essa vontade de criar coisas que procurassem a aumentar a possibilidade de ensino da educação”, disse.

Lá Vem o Enem; aprender com música pode ajudar com a memorização

Lá Vem o Enem; aprender com música pode ajudar com a memorização

Aos poucos, professores de outras disciplinas começaram a aderir a iniciativa, que ganhou um traço interdisciplinar, como explicou o professor de física, André Casimiro.

“Os conteúdos das músicas tem a ver com os conteúdos que caem no Enem. E a gente interpreta e discute. Sem contar, que é um diferencial, de fato”, comentou.

Já o professor de geografia, Tomaz Pessoa, ressaltou que as diferentes formas de arte têm a capacidade de estimular uma linha de raciocínio que, apenas com a verbalização, não surgiria.

Nos aulões, não são utilizadas as tradicionais paródias, em que o conteúdo é inserido ao longo da canção, substituindo outras expressões. Ao contrário, são apresentadas as letras originais das canções, para levar os alunos a refletir, por exemplo, sobre o contexto histórico, econômico e social em que a composição foi feita.

“Quando a gente usa uma música, a gente primeiro aborda a temática que esse assunto vai compreender. Então, se a gente fala sobre Cazuza, ‘O tempo não para’, a gente faz uma reflexão política, uma reflexão econômica. O aluno entende como funcionaram a economia, a política e a cultura em tempos diferentes e como é que se encontram hoje, para que essa música continue fazendo sentido”, afirmou Rodrigo Mateus.

Veja também

Mais lidas

Mais do G1
Deseja receber as notícias mais importantes em tempo real? Ative as notificações do G1!