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Por Jornal Nacional


MEC suspende por dois meses cronograma de implementação do novo Ensino Médio

MEC suspende por dois meses cronograma de implementação do novo Ensino Médio

O ministro da Educação, Camilo Santana, suspendeu por dois meses o cronograma de implementação do Novo Ensino Médio. O governo quer dar mais tempo para debater as mudanças.

Aprovado em 2017, o cronograma do Novo Ensino Médio foi prejudicado pela pandemia. Atrasou. Só começou a valer no ano passado - em 2022, com os alunos do primeiro ano. Agora, incluiu os do segundo. E, em 2024, fica completo, com o terceiro ano do ensino médio.

A partir daí, o Enem passará a considerar o novo sistema - com as disciplinas básicas e as áreas específicas de interesse do aluno, os chamados itinerários formativos.

Foi exatamente esse cronograma de implantação para efeito das provas do Enem que o governo suspendeu por 60 dias. Tempo para que haja um debate mais amplo sobre o processo do novo ensino médio.

Há uma consulta pública em andamento, com professores, alunos, agentes públicos, entidades. Segundo Camilo Santana, a discussão não interfere no Enem deste ano, que está mantido. A dúvida é sobre a prova do ano que vem, que já precisaria estar adaptada às mudanças.

“Nós vamos suspender a Portaria 521, que aplica o cronograma de aplicação do Novo Ensino Médio. Principalmente, por causa do Enem, porque o Novo Ensino Médio previa que, em 2024, nós tivéssemos um novo Enem. Como há ainda esse novo processo de discussão, nós vamos suspender essa portaria para que, a partir dessa finalização dessa discussão, a gente possa tomar as decisões em relação ao ensino médio", explica o ministro da Educação, Camilo Santana.

Segundo Camilo Santana, a discussão não interfere nas escolas que já estão adotando o novo currículo. Minutos antes da declaração do ministro, o Conselho Nacional de Secretários de Educação havia divulgado uma nota contrária à suspensão do cronograma. Afirmou que qualquer decisão relacionada ao tema deveria ser tomada somente após a finalização da consulta pública.

A discussão desse tema envolve várias correntes:

  • a quem defende a volta do sistema antigo, com 13 matérias obrigatórias;
  • e os que entendem que o Novo Ensino Médio é o caminho correto

Entidades ligadas à educação acham que é preciso colocar um freio de arrumação para corrigir diferenças como o ritmo da implementação entre escolas, principalmente as públicas.

O Todos pela Educação, favorável às mudanças no ensino médio, defende esses ajustes e acha um retrocesso um retorno ao modelo que vigorava antes da reforma. A presidente da entidade argumentou que é necessário rever o prazo para o Enem adotar o novo modelo como referência.

“A gente tem potencialmente uma infinidade de possibilidade de itinerários. E isso faz com que a política pública fique muito pouco alinhada. Então, é importante a gente ter uma definição melhor destes itinerários até para poder ter um Enem que atenda a todos os alunos, formação de professores, livros didáticos. Enfim, toda a política para poder apoiar as escolas nesta mudança que é tão complexa. A suspensão é coerente com o anúncio de uma consulta pública. Não dá para você correr com os prazos de implementação. O Enem precisa responder a uma pergunta muito importante. Como serão esses itinerários formativos? Como será essa formação geral básica? Para aí, sim, a prova ser construída a partir da proposta que será a definida a partir da consulta pública”, explica Priscila Cruz, do Todos pela Educação.

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