Estudantes do Amapá tiveram aulas presenciais suspensas em março — Foto: Fabiana Figueiredo/G1
Os estudantes da rede pública do Amapá deverão passar por uma avaliação em janeiro de 2021. A Secretaria de Estado da Educação (Seed) informou que quer saber o que os alunos aprenderam ao longo de 2020, em meio à pandemia da Covid-19. Em decreto, o governo já definiu que as aulas só retornam no ano que vem.
As aulas da rede pública e também particular foram suspensas em 18 de março, para evitar a proliferação do novo coronavírus que havia recém chegado ao estado. No entanto, o ensino continuou on-line e sendo considerado para o ano letivo, mesmo com dificuldades principalmente no acesso à internet.
A secretária de Educação, Goreth Sousa, destaca que, no ano que vem, os alunos poderão enfrentar um currículo que alie assuntos deste ano com 2021. A prova, aplicada tanto nas redes estadual quanto municipais, será usada para identificar as deficiências e ganhos, para que seja montado o chamado "plano de recuperação de aprendizagem".
"O Estado vai levantar quais foram os conhecimentos e habilidades que foram aprendidos por esses estudantes. Nós sabemos do grande desafio que foi, sabemos dos grandes prejuízos, mas precisamos saber qual o ponto de partida. Essa avaliação diagnóstica vai acontecer em janeiro para que, aí sim, a partir de então, cada professor, cada escola, cada turma, vai ter um planejamento pra continuar o aprendizado dos estudantes", disse a secretária.
A previsão, segundo a Seed, é que o ano letivo deste ano encerre em janeiro de 2021 e o próximo, deve iniciar em março.
Goreth Sousa, secretária de Educação do Amapá — Foto: Rede Amazônica/Reprodução
A secretária ressaltou que, após a suspensão das aulas, os estudantes receberam assistência. Cerca de R$ 47 milhões foram investidos para a aquisição de mais de 7 mil toneladas de alimentos, que viraram cestas básicas para as famílias.
O governo estuda ainda proporcionar com que os alunos tenham acesso à internet no ano que vem.
"Estamos estudando internet patrocinada pra 2021, onde o ensino vai ser híbrido. O Estado está estudando uma forma de apoiar, porque a gente sabe que às vezes o celular do pai e da mãe tem pouca internet e não dá pra baixar um vídeo, algo mais pesado", destacou.
Questionada sobre as dificuldades encontradas pela educação ao longo de 2020, a gestora acredita que houve mais pontos positivos do que negativos.
"Não considero um ano perdido pra educação. Considero um ano de muitos desafios, mas de muita aprendizagem. A educação conseguiu se reinventar e nós não vamos mais voltar no tempo. Ensino híbrido é uma realidade, os professores usando ferramentas tecnológicas é uma realidade", falou.
Decreto
Governador Waldez Góes assina decreto de retomada gradual das atividades presenciais em escolas do Amapá — Foto: GEA/Divulgação
O governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), assinou na quinta-feira (19) o decreto sobre a retomada gradual das aulas presenciais em escolas do estado. O documento confirma o retorno somente no ano letivo de 2021.
De acordo com Góes, a medida segue as orientações de técnicos para que seja evitada a proliferação do novo coronavírus.
Decreto de retomada gradual das aulas presenciais em escolas do Amapá — Foto: GEA/Divulgação
O decreto ainda estabelece que as escolas particulares e cursinhos preparatórios podem ter atividades presenciais para planejamento do ano letivo do próximo ano, desde que sigam os cuidados de prevenção em meio à pandemia.
Também foram autorizados em 2020 os atendimentos pedagógicos e socioemocionais de forma presencial em escolas públicas e particulares. Porém, devem ocorrer por meio de agendamento e seguindo os protocolos de segurança para Covid-19.
Outra medida anunciada no documento foi a manutenção em 2020 das aulas on-line do projeto Central do Enem, promovido pela Seed com intuito de preparar de forma gratuita alunos que irão fazer a prova do exame nacional.