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Por Jornal Nacional


Dia internacional da mulher tem manifestações em vários lugares do mundo

Dia internacional da mulher tem manifestações em vários lugares do mundo

O Dia Internacional da Mulher teve manifestações públicas em todos os continentes.

Tudo começou nas ruas de Nova York. Cerca de 15 mil mulheres que trabalhavam em fábricas fizeram um protesto: queriam melhores condições de trabalho, salários mais justos e direito ao voto. Afinal, elas pagavam impostos, mas não podiam escolher seus governantes.

Mas aquele protesto em fevereiro de 1908 foi só o início. No ano seguinte, as mulheres ocuparam ruas na Áustria, Dinamarca, Alemanha e Suíça. Foi ali que começou o movimento organizado pelos direitos das mulheres.

E em 1913, 8 de março foi declarado o dia internacional pela luta desses direitos. Hoje, 113 anos depois, ainda há desigualdades importantes: por exemplo, há 195 países no mundo e só 22 deles são liderados por mulheres; menos de 25% dos parlamentares do planeta são mulheres, ou seja, as leis ainda são feitas majoritariamente por homens.

Na batalha contra a Covid, no setor da saúde, as mulheres são a maioria, mas ainda assim recebem salários em média 11% mais baixos que seus colegas homens.

Se a gente levar em conta todos os setores da economia, é ainda pior: as mulheres ganham em média 20% a menos que os homens nos mesmos cargos. A equivalência de salários só vai acontecer em 2059, segundo a ONU.

O secretário-geral da organização, António Guterres, disse que a pandemia piorou a igualdade de gênero, colocou mais mulheres na pobreza, tirou empregos e o acesso à educação e à saúde.

A vice-presidente americana, Kamala Harris, resumiu bem: “Nosso mundo ainda não está funcionando para as mulheres como deveria”.

Essa foi também a mensagem das mulheres que saíram às ruas ao redor do mundo. Na Espanha, elas protestaram contra a violência e o racismo. Na Argélia, centenas lotaram as ruas e foram reprimidas violentamente por policiais - elas pedem igualdade de direitos e respeito à democracia.

No México, onde o presidente mandou erguer barreiras na frente da sede do governo federal dois dias antes da marcha das mulheres, elas transformaram as barreiras em um enorme mural com nomes das vítimas do feminicídio no país. Na Turquia, a violência contra as mulheres também foi o principal tema do protesto.

Mais de 60 países marcaram o Dia Internacional da Mulher com o documento que assume compromissos em relação à saúde feminina. O Brasil decidiu não assinar, assim como governos liderados por líderes ultraconservadores como Polônia, Hungria, Arábia Saudita e China.

Em uma nota, o Itamaraty explicou que “o governo brasileiro reconhece a importância de pautas salutares em defesa da mulher, porém, não apoia referências a termos e expressões ambíguas, tais como direitos sexuais e reprodutivos”.

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