Por Afonso Ferreira, G1 DF


Estudantes das escolas militarizadas terão uniformes unissex com camiseta meia manga cinza-claro, com o brasão do Colégio Cívico-Militar do Distrito Federal — Foto: Secretaria de Educação/Reprodução

Os uniformes das escolas que aderirem ao modelo de gestão compartilhada com a Polícia Militar do Distrito Federal serão entregues ao alunos no inicio do ano de 2020. A informação foi confirmada pela Secretaria de Educação do DF ao G1 nesta quarta-feira (30).

O assessor especial da Secretaria de Educação, Thiago Cortinaz, disse que os uniformes serão confeccionados pela Fábrica Social.

"Nós vamos entregar para as escolas compartilhadas os uniformes no início do próximo ano letivo. Será distribuído de graça e os estudantes não vão pagar nada."

Também nesta quarta, o GDF regulamentou o modelo de gestão compartilhada (saiba mais abaixo). De acordo com a publicação no Diário Oficial, as unidades de ensino passam a chamar Colégios Cívico-Militares do Distrito Federal (CCMDF).

GDF regulamentou o modelo de gestão compartilhada — Foto: Diário Oficial do DF/Reprodução

Dois modelos de uniforme

Segundo o assessor especial da Secretaria de Educação, não houve atraso na entrega dos uniformes. "O governo segue o cronograma previsto", afirmou Thiago Cortinaz.

Cada estudante dos Colégios Cívico-Militares do Distrito Federal receberá, no início do ano letivo, dois uniforme unissex com camiseta meia manga cinza-claro, com o brasão do CCMDF, o nome do aluno e o brasão do DF.

Brasão do Colégio Cívico-Militar do Distrito Federal (CCMDF) — Foto: Secretaria de Educação/Reprodução

Os uniformes dos instrutores também vão seguir o mesmo modelo, no entanto, a camiseta é branca. Os alunos terão dois uniformes:

  • Uniforme diário
  • Uniforme de Educação física

Estudantes das escolas militarizadas terão uniformes unissex com camiseta meia manga cinza-claro, com o brasão do Colégio Cívico-Militar do Distrito Federal — Foto: Secretaria de Educação/Reprodução

Manual do aluno

Ainda nesta quarta-feira, a Secretaria de Educação definiu as diretrizes para o funcionamento das escolas militarizadas. O Manual do Aluno traz informações sobre como os estudantes devem se comportar no ambiente escolar.

Entre os assuntos tratados estão os seguintes temas:

  • Acolhida diária
  • Formatura
  • Continência
  • Uniformes
  • Corte de cabelo

Regras para corte de cabelo podem ser flexibilizadas em escolas militares do DF — Foto: TV Globo/ Reprodução

Corte de cabelo

A Secretaria de Educação disse que vai "flexibilizar" as regras de corte de cabelo e o uso de acessórios usados pelos alunos. Segundo as regras, os meninos deverão usar cabelos curtos.

"Já os penteados para cabelos crespos poderão ser adaptados conforme orientação da equipe gestora do Colégio Cívico-Militar."

As meninas poderão usar cabelos longos ou curtos. Os curtos poderão ser usados soltos e os longos presos em coque, rabo de cavalo ou trança.

As regras permitem o uso de um brinco em cada orelha, de tamanho pequeno, incluindo argola pequena.

CED 7 de Ceilândia iniciou o ano letivo com a gestão compartilhada com a PM — Foto: Victor Gomes / G1DF

Gestão compartilhada

Desde o início do ano, onze escolas do DF já trabalham em parceria com os militares (veja lista abaixo). A proposta de gestão compartilhada faz parte do programa de governo de Ibaneis Rocha (MDB).

O Governo do Distrito Federal, além do modelo próprio de gestão das escolas públicas com policiais militares e bombeiros, aderiu ao programa do Ministério da Educação (MEC) de gestão compartilhada com as Forças Armadas.

Conheça os cinco documentos que normatizam a gestão compartilhada:

No início do ano letivo de 2019, escolas localizadas na Estrutural, em Ceilândia, no Recanto das Emas e em Sobradinho serviram de "projeto piloto". Segundo o governo, as regiões foram escolhidas porque apresentam "alto índice de criminalidade" e têm estudantes com "baixo desempenho" escolar.

O plano agora é implementar o projeto em 40 escolas até 2022. Desde o início do ano outras instituições já aderiram ao projeto.

Duas escolas votaram contra a militarização em Brasília, desde o início do ano. O Gisno (Asa Norte) e o CEF 407 (Samambaia) disseram não à proposta. Em seguida, o colégio de Samambaia optou pela gestão compartilhada.

À época, a negativa fez com que o governador Ibaneis Rocha (MDB) afirmasse ao G1 que iria implementar o modelo “de qualquer jeito”.

Centro Educacional 1 da Estrutural, no Distrito Federal, foi escolhida para o projeto piloto de militarização — Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

Escolas militarizada no DF

Até esta quarta-feira (30), 11 escolas públicas do Distrito Federal aceitaram a nova gestão:

  1. Centro Educacional 3 de Sobradinho
  2. Centro Educacional 308 do Recanto das Emas
  3. Centro Educacional 1 da Estrutural
  4. Centro Educacional 7 de Ceilândia
  5. Centro Educacional Condomínio Estância III de Planaltina
  6. Centro Educacional 1 do Itapoã
  7. Centro de Ensino Fundamental 19 de Taguatinga
  8. Centro de Ensino Fundamental 1 do Núcleo Bandeirante
  9. Centro de Ensino Fundamental 407 de Samambaia
  10. Centro Educacional (CED) 416 de Santa Maria
  11. Centro de Ensino Fundamental 1 do Riacho Fundo II

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