publicado dia 19/09/2022

Fundação Gol de Letra debateu a importância da intersetorialidade para efetivar direitos dos estudantes

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Em 15 de setembro, a Fundação Gol de Letra realizou o seminário “Educação, Esporte e Assistência Social – Uma articulação possível e necessária”. Os debates buscaram disseminar e incentivar a adoção de um trabalho permita a esses importantes elementos das políticas públicas caminhar juntas a fim de garantir direitos. 

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O evento, que contou com a mediação de Ana Carolina Nunes, assistente social e diretora do CRAS XV de Maio, começou com um panorama da ampliação das desigualdades sociais a partir da pandemia e da gestão que foi feita da crise. 

Entre os desafios, Raiana Ribeiro, coordenadora de programas da Cidade Escola Aprendiz, organização social que atua em 60 municípios e 15 estados brasileiros, destacou o aumento da pobreza, que afeta mais famílias com crianças e adolescentes, da fome e da insegurança alimentar, da violência, do trabalho infantil, da gravidez na adolescência, de crianças e adolescentes em situação de rua e um agravamento da saúde mental. 

Em meio a esse contexto, o Ministério da Educação (MEC) teve este ano o menor orçamento da última década, o que dificulta e até inviabiliza a promoção e garantia de direitos. 

Para Raiana, o enfrentamento a esse contexto passa por articular o direito à Educação aos demais direitos, dentro e fora da escola, articulando todos os setores das políticas públicas. “Ela rema contra a maré da cultura de gestão pública, mas vale a pena insistir nessa articulação e os territórios ensinam como isso pode acontecer, com um trabalho integrado em rede, que olhe para as meninas e meninos de forma integral”. 

Já em relação à escola, há a necessidade de promover a Busca Ativa para alcançar quem está fora da escola, bem como promover aprendizagens significativas para as turmas. “Se concebermos a escola como um espaço para dar aula, para transmitir conhecimento, então as crianças ficaram, sim, sem transmissão de conhecimento. Mas escola não é só isso. Na educação integral, a escola é considerada um centro de produção de conhecimento, é um lugar de encontro”, afirmou Raiana.

“Na educação integral, a escola é considerada um centro de produção de conhecimento, é um lugar de encontro”, afirmou Raiana Ribeiro.

Além disso, lembrou a especialista, o diálogo com as famílias permite à escola entender o que está acontecendo com elas, bem como fortalecer a escuta sensível de crianças e jovens e promover a participação deles, são essenciais para uma escola que garanta direito e faça sentido para todos e todas. 

Já em relação ao papel da Assistência Social na vida de crianças e adolescentes, Gleyce Figueiredo, assistente social e professora na Universidade Federal Fluminense (UFF), lembrou que as políticas neoliberais e de precarização da legislação trabalhista trouxeram grandes impactos para as famílias, submetidas a empregos informais, com grande oscilação de renda e, portanto, das condições de vida.

“A escola é o equipamento público que a criança e o adolescente frequentam diariamente. Então é na escola que o professor vai perceber que o estudantes não está enxergando adequadamente, que chegou com uma mancha no corpo típica de violência doméstica, que vai perceber que uma criança que era ativa, engraçada, divertida, fica calada e vem com a roupa suja”, explicou Gleyce a respeito do alargamento da função social das escolas. 

Após esse primeiro debate, o evento trouxe ainda especialistas para falar sobre a importância do Esporte educacional para o desenvolvimento integral das crianças e adolescentes, e outras experiências práticas que mostram como a articulação intersetorial pode funcionar de forma horizontal e efetivamente garantir direitos. 

Assista ao debate na íntegra:

Pandemia demanda ação intersetorial para conter exclusão e evasão escolar

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