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'Formar uma geração que pensa é muito perigoso', dizem alunos durante debate no Educação 360

Estudantes defenderam escola aberta ao diálogo e o papel da família no combate à violência contra os professores

RIO - Desde 2015, o Brasil vivenciou pelo menos dois movimentos significativos de ocupações de escolas por estudantes. A mobilização manda um recado claro: os jovens querem participar ativamente da escola. Nesta terça-feira, durante o evento Educação 360, no Museu de Arte do Rio (MAR), um grupo de alunos defendeu que é preciso estabelecer um diálogo entre professores e alunos para promover mudanças no modo de ensinar. Na palestra "O que os jovens querem ensinar aos mestres", os estudantes defenderam ainda uma postura ativa da família para combater o desrespeito a que os docentes muitas vezes são submetidos.

O evento é promovido pelos jornais O GLOBO e Extra com patrocínio de Sesi, Fundação Telefônica, Fundação Itaú Social, Instituto Unibanco e Colégio pH, apoio de Fundação Cesgranrio, e apoio institucional de TV Globo, Canal Futura, Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, Unesco, Unicef e Todos pela Educação.

- A educação é uma via de mão dupla, o aluno tem que estar interessado em aprender e ele também pode ensinar muitas coisas aos professores e colegas. Assim como os professores podem fazer grandes coisas, mas o governo tem que dar infraestrutura para que essas pessoas possam realizar isso. A nossa geração não quer ser professora, isso é reflexo de um ciclo de desvalorização - afirmou Beatriz Donato, aluna da Escola Sesc de Ensino Médio, citando a importância de desenvolver metodologias que levem em conta o uso das novas tecnologias. - Quando falamos do uso da tecnologia como método também é complicado , porque é preciso ter infraestrutura. Mas o governo não investe em educação, porque a educação derruba o governo. Formar um geração que pensa é muito perigoso.

Os alunos criticaram ainda o contexto de violência ao qual os professores muitas vezes são submetidos em sala de aula e defenderam que a responsabilidade sobre a disciplina dos estudantes não pode estar só nas mãos da escola.

- Esse desrespeito é algo que tem que ser combatido pela família e pelos pais, o respeito vem de casa. Essa é uma responsabilidade que está sendo transmitida para escola, mas que deve ser cobrada das famílias - argumentou Abner Leandro Dias, aluno do colégio MV1.