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‘Falta de recurso não é justificativa para não promover inclusão’, diz educador

Rodrigo Hübner Mendes, que é tetraplégico, defende que governos priorizem educação
Rodrigo Hübner Mendes, superintendente do Instituto que leva seu nome Foto: Picasa / Léo Muniz
Rodrigo Hübner Mendes, superintendente do Instituto que leva seu nome Foto: Picasa / Léo Muniz

RIO- Rodrigo Hübner Mendes, superintendente do instituto que leva seu nome, é tetraplégico e se dedica a desenvolver projetos para inclusão das pessoas com deficiência nas escolas. Ele estará no Educação 360 e defende que o próximo governo enxergue o tema como um ponto estratégico para o futuro do país.

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A inclusão é uma realidade nas escolas brasileiras?

Sim. Mas é um processo que demanda tempo e transformação. Por um lado, temos experiências exemplares em todas as regiões, mas por outro ainda temos escolas e profissionais buscando apoio para oferecer atendimento de qualidade nas escolas comuns.

O MEC pretende rever a política de educação inclusiva. Especialistas temem a volta das classes 'especiais’. Qual sua opinião?

Precisamos ser muito cuidadosos para que essa revisão não traga retrocessos no sentido de violar o direito da criança e do adolescente com deficiência de participar da escola comum e interagir com a comunidade escolar, ser desafiado.

A falta de recursos, muitas vezes, é argumento para justificar a falta de atenção a esse tema.

Ela nunca deve servir como justificativa. Precisamos de investimentos contínuos em formação de professores, fortalecimento do atendimento especializado, acessibilidade das escolas e materiais didáticos. Devemos exigir que o próximo governo trate educação como estratégia para o futuro e que a inclusão seja transversal, e não periférica.